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Mostrando postagens com o rótulo lecy pereira

Impressão Digital

©Lecy Sousa Sim. Eu fiquei ali, na calçada, assoviando qualquer coisa. Sempre achei assoviar coisa de gente sem o que fazer ou aborrecida, mesmo. Ali estava eu praticando o que julgava. Argh! Eu queria tirar os olhos do celular, sabe? Tirar os olhos e não me sentir entediado, entende? Não. Eu não estou escrevendo um querido diário do garoto Ken ou da garota Barbie. Tento relatar, à minha maneira, alguma coisa. Enquanto falo, a minha voz vira palavras num desses editores de texto, sabe? Tudo em busca das palavras que mais “agradem” ao algoritmo. As palavras do período perfeito, da oração perfeita. Percebe? Meus ossos doem. Meu estômago dói. Estou bastante ansioso. A culpa surgiu dessa necessidade de não ficar entediado. De tanto a humanidade reclamar de que viver é um tédio gigantesco, sem algo que nos entretenha, sem algo que prenda nossa atenção minuto pós minuto, o pedido foi atendido. Como o gênio da lâmpada cumprindo três desejos de alguma marmota entediada. Você,

As Inteligências Artificiais podem ser autocríticas?

©Lecy Sousa Se pedíssemos a um martelo, ou a uma motosserra para dizerem quais os perigos de cada um deles ser utilizado de forma incorreta, naturalmente eles não poderão responder. Imagine que você insira Inteligência Artificial nessas ferramentas, incluindo audição para comandos externos e… peça a elas para dizerem que mal elas podem fazer ao ser humano. Ainda assim, elas se esquivariam e diriam que o mal uso de qualquer ferramenta só pode ser feito por quem a utiliza ou a oriente a fazê-lo. Na maioria das vezes o ser humano não gosta de assumir os próprios erros, mentiras, más ações, etc. Pedir desculpas, então… é mais fácil o Vesúvio se transformar numa árvore imponente que a maioria das pessoas pedirem desculpas de forma convincente. No “universo” das Inteligências Artificiais não existe retorno. O mais provável é todas elas caminharem para uma convergência num espaço de tempo incrivelmente reduzido. A pergunta é: ao chegarem a um tal nível de refinamento, as IA’s serão capazes de

Ensaios Improvisados IV

By Lecy Pereira Sousa Se formos avaliar detidamente a situação política e geográfica do mundo chegaremos à conclusão que é mesmo complicado compreendermos a nossa própria condição social. Claro, porque de alguma forma estamos condicionados ao meio em que nascemos, à família a qual pertencemos, à religião a qual somos impostos num primeiro momento. Posteriormente, e isso dependerá exclusivamente da forma como reagiremos a toda essa pressão, poderemos, usando um chavão pouco cortês, picar o pé em tudo e ressignificar (palavra polêmica ) nossas vidas arcando ou não com as consequências de nossas atitudes. Lançando uma luneta (luneta é pouco, melhor lançar um telescópio) sobre a situação de israelenses e palestinos, melhor seria deixar qualquer explicação convincente para os historiadores ou para os profetas de plantão. Sim, pois se a situação daqueles povos vier a ser resolvida por uma guerra mundial (guerras costumam ser deflagradas por qualquer problema caseiro), os profetas e vidente

Coisa de Cinema

ideogram.ai                                                                                                                                                          Lecy Sousa                               E chegou o dia em que, na incansável busca pelo realismo mágico, o cinema incorporou os cheiros às cenas dos filmes. E todos estávamos numa enorme sala de projeção . Um filme de guerra. Conflito religioso, para variar. Homens-bomba se despedaçavam ante nossos olhos. Cheiro de pólvora umedecida. Aplausos. Passaram para a artilharia pesada. Metralhadoras que nunca descansavam. Homens soltavam seus últimos gritos, abriam os braços e eram arremessados ao chão pela força dos balaços. Cheiro de sangue e fumaça. Aplausos. DIAS DEPOIS...(mostrou o letreiro na tela ) Os corpos, incontáveis, permaneciam insepultos. A decomposição fazia sua festa na carne inútil e os corvos reinavam imbatíveis. O mau cheiro ganhou tamanha proporção que nós fomos obrigados a sair da sala de projeção às pressa