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Fake

Fake © Lecy Pereira Sousa Acredite, é tudo seu Refinadas taças em cristal Vinhos sabidos a dois séculos Brincos reais de Cavalos Marinhos Fino produto do bicho da seda É tudo seu, acredite Preciosas jóias do castelo Sinuosos ventres de dançarinas Guerreiros helênicos da realeza Reinos inteiros e seus celeiros Esses pedaços de poemas originais Garças-olhos-diamentes-corpos-ametistas Infindáveis festas sonorosensuais Roupas de uma era ecológica Cachoeiras de alegrias nostálgicas Sinta o cinto do conhecimento na cintura Seu é tudo, acredite O hálito de framboesa Dança de milhões de cores Amareladas folhas tocadas pelo vento Roda da fortuna dourada Raros corais perolados O Vale dos Enamorados é seu A diva lábios violeta é sua A montanha mágica é sua Ainda que rompa o relógio solar São suas as máscaras das dinastias A realidade nua e sedutora é sua Seu é o kit dos mistérios gozosos Acredite: intensidade está para o encanto Assim como atenção está para o espanto Acredite, seu tudo é. Os ele

Nômade

Sinto que nunca fui feliz... Ao escritor Lecy Pereira Sousa Sinto que nunca fui feliz, E isso me fez acordar assustado. Da infância, quando lembro, vejo que em nada me agarrei, E esse desapego, pela vida afora, me conduz os passos. Amei pessoas e paisagens e quis um amigo, E vieram candidatos, dos quais desconfiei os atos, Mas, como me policio, quando vacilo, me retrato. Oh, minha infância, a tenho nos meus abismos, Olá seu Artur, dona Olíria, Virgílio, Jubinha, meu irmão, Não poderia deixar de ter vocês em mim. Não só sei o passado importante, Como o sinto presente, e fundamental pai e mãe. Minha gata siamesa, dez anos comigo, extraviada, Amigos de bairro, dispersos, mas logo ali, no mapa. Sinto a vida de adulto como uma vida falsa, o trabalho como artificial, desalmado e bruto. Não consigo conceber alguém que goste da profissão, profissões não foram feitas para que se gostem delas, Como se gosta de pessoas, mas para nos alienar de nós mesmos, para

Jornada

Jornada love love love love louve louve louve sigo pela estrada rotineira da vida terrena chão beija meus pés vento acaricia minha face se olho para trás vejo nada além do meu disfarce se olho para frente infinito molda meu compasso enquanto sangra o sol no limite da dor eterno me aguarda para abraço love love love love louve louve louve a lei além a lei além a lei além Lecy Pereira Sousa