sábado, 21 de janeiro de 2023

Era uma vez, um Chatbot

Bondinho em São Paulo, 1963.

 

 @lecysousa

    Posicionar-se contra o avanço tecnológico, no atual estágio da “evolução” humana, é uma espécie de romantismo que gostamos de nutrir. Tal e como querer a continuidade dos bondinhos (que não servirão nem para um mundo pós-apocalíptico, mas eram elétricos e pós-modernos).

   Entramos no terceiro ano da década de 20, do Século XXI, e uma das supostas novidades é um robô assistente chamado chatGPT. Em síntese, esse “aplicativo” é uma espécie de “Alexa” mais funcional do ponto de vista “acadêmico” por ser capaz de “bolar” documentos, poesias e textos filosóficos deixando a criatividade humana livre para reality shows, futebol e fofocas sobre a vida dos “famosos”. A quantidade de aspas usadas nesse parágrafo revela as múltiplas funcionalidades que um sinal gráfico pode ter. Difícil saber se chatGPT consegue capturar esse nível de sutileza.

    Algo que provocou em mim um pouco mais de indignação foi uma notícia sobre a forma como o chatGPT foi “alimentado” para servir os comensais. Uma investigação conduzida pela revista TIME constatou que trabalhadores quenianos (nativos do Quênia) receberam menos de 2 dólares para “treinarem” a IA do chatGPT. Eles também concordaram com a exposição a filmes e vídeos de violência cujo propósito foi o aperfeiçoamento do “bebezinho”. Eu até me lembrei do filme “Laranja Mecânica”, de Stanley Kubrick (1971).

    É incrível como o modelo de colonialismo para a servidão humana nunca teve fim. Esse modelo remonta à pré-história (o mais forte sempre subjuga o mais fraco pela força, pela chantagem e também pelo dinheiro) e desemboca em casos como o da Amazon, que forçou seus trabalhadores a urinarem em garrafas para darem conta da demanda no apogeu da empresa (fato admitido pelo próprio Jeff Bezos).

    Não sou contra a evolução tecnológica, mas ao aspecto de sombra que a acompanha. A empresa Boston Dynamics, por exemplo, faz desde robôs fofos que dançam “Thriller” de Michael Jackson até cães adaptados com fuzis que raramente erram o alvo.

    Por enquanto, jornalistas e estudantes empolgados fazem uso do chatGPT como quem brinca e dá risadas com um bebê inofensivo e gute-gute. É exatamente isso que a IA “deseja”: cativar para subjugar e imperar. O modus operandi tipicamente humano.

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Links de sites e/ou blogs consultados para a elaboração desse texto:

História Mundi: Os bondes na cidade de São Paulo (histormundi.blogspot.com)

 

https://cbn.globoradio.globo.com/media/audio/398198/polemica-por-tras-dos-trabalhadores-que-treinam-fe.htm

 

https://www.acessa.com/economia/2023/01/123533-quenianos-recebiam-menos-de-uss-2-por-hora-para-treinar-chatgpt-diz-revista.html

 

https://www.terra.com.br/byte/estao-pasmos-com-o-chatgpt-a-ia-que-conversa,0b15e4de2f832513ee63602588c797befxid37z3.html          

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Trilogia do Poema Bruto

De qual parte da matéria escura é feita a poesia? Versos surgem líquidos, gasosos ou gozosos? Que tipo de alquimia lapida a matéria bruta? Trilogia do poema bruto vem colocar mais lenha na fogueira, de forma sutil, considerando que diamantes são carbonados no princípio de sua criação, tanto quanto o ouro. Aqui você não encontra o próximo capítulo de sua série favorita, mas diversos insights divididos em partes desiguais. Das dores da vida aos prazeres do Olimpo. Este livro é um metaverso libertário. Ou não será? Entre e leia. https://m.magazineluiza.com.br/trilogia-do-poema-bruto/p/ckc9kj0186/li/ldar/?partner_id=64852&utm_source=pdp_mobile&utm_medium=share