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Veludo

Veludo  © Lecy Pereira Sousa [Queremos mais!]   Como cães de aluguel a nossa pátria é um escarcéu   Tecido Veludo!   É preciso mãos de sedas Suportar asperezas   Tecido Veludo!   Seja cidadão Siga as instruções: Capítulo um Parágrafo quatro Versículo três Atitude trinta e três   Lindos e famintos!   Poetas parece sempre dizerem nada a grande experiência reside na estrada   Isso não é tudo!   [Queremos mais!]   

Fake

Fake © Lecy Pereira Sousa Acredite, é tudo seu Refinadas taças em cristal Vinhos sabidos a dois séculos Brincos reais de Cavalos Marinhos Fino produto do bicho da seda É tudo seu, acredite Preciosas jóias do castelo Sinuosos ventres de dançarinas Guerreiros helênicos da realeza Reinos inteiros e seus celeiros Esses pedaços de poemas originais Garças-olhos-diamentes-corpos-ametistas Infindáveis festas sonorosensuais Roupas de uma era ecológica Cachoeiras de alegrias nostálgicas Sinta o cinto do conhecimento na cintura Seu é tudo, acredite O hálito de framboesa Dança de milhões de cores Amareladas folhas tocadas pelo vento Roda da fortuna dourada Raros corais perolados O Vale dos Enamorados é seu A diva lábios violeta é sua A montanha mágica é sua Ainda que rompa o relógio solar São suas as máscaras das dinastias A realidade nua e sedutora é sua Seu é o kit dos mistérios gozosos Acredite: intensidade está para o encanto Assim como atenção está para o espanto Acredite, seu tudo é. Os ele

Dali Reflexivo

Dali Reflexivo/ovixelfeR IlaD  By Lecy Pereira Sousa Tantos meus quadros/sordauq suem sotnaT Não passam de seres alados/sodala seres ed massap oãN Tantos meus quadros/sordauq suem sotnaT São deuses revisitados/sodatisiver sesued oãS  Tantos meus quadros/sordauq suem sotnaT Não passam de seres alados/sodala seres ed massap oãN Tantos meus quadros/sordauq suem sotnaT São deuses ora espelhados/sodahlepse aro sesued oãS  Há um espelho/ohlepse mu àH Solto ao ar livre/ervil ra  oa  otloS  Refletindo um céu/uèc mu odnitelfeR Dentro de outro céu/uèc ortuo ed ortneD Dentro de outro céu/uèc ortuo  ed ortneD Dentro de outro céu/uèc ortuo ed ortneD Ao infinito.../...otinifni oA  Tantos meus quadros/sordauq suem sotnaT Não passam de seres alados/sodala seres ed massap oãN Tantos meus quadros/sordauq suem sotnaT São deuses espiralados/sodalaripse sesued oãS 

Existência estomacal

By Lecy Pereira Sousa     Por todos os lados que se quisesse olhar, o vislumbre era único. Tudo eram bocas cheias e fechadas pela mastigação. O mundo se resumiu numa única coisa: vontade de comer! Muito embora, nem sempre essa vontade fosse concretizada. Dormia-se, acordava-se, lia-se e escrevia-se, odiava-se e amava-se somente para comer. Afinal, o que poderia garantir uma sobrevida, uma continuidade, um orgulho incorrigível?   Comiam as paredes de concreto, as árvores dos jardins , as placas comemorativas, os bustos de bronze de mortos ilustres e bigodudos. Numa incessante antropofagia, comiam os homens, as mulheres e os andróginos . Não havia traça ou verme que se comparasse. Devoravam as esquinas, as manequins das vitrines e as vitrines de sobremesa.   Um bom título para narrar a ânsia febril por consumo seria  Nascidos para comer . Por todos os lados que se quisesse olhar, como num espelho, só se viam olhos vazados de fome e bocas incrivelmente nervosas. Não havia nada que

Ensaios Improvisados IV

By Lecy Pereira Sousa Se formos avaliar detidamente a situação política e geográfica do mundo chegaremos à conclusão que é mesmo complicado compreendermos a nossa própria condição social. Claro, porque de alguma forma estamos condicionados ao meio em que nascemos, à família a qual pertencemos, à religião a qual somos impostos num primeiro momento. Posteriormente, e isso dependerá exclusivamente da forma como reagiremos a toda essa pressão, poderemos, usando um chavão pouco cortês, picar o pé em tudo e ressignificar (palavra polêmica ) nossas vidas arcando ou não com as consequências de nossas atitudes. Lançando uma luneta (luneta é pouco, melhor lançar um telescópio) sobre a situação de israelenses e palestinos, melhor seria deixar qualquer explicação convincente para os historiadores ou para os profetas de plantão. Sim, pois se a situação daqueles povos vier a ser resolvida por uma guerra mundial (guerras costumam ser deflagradas por qualquer problema caseiro), os profetas e vidente

Coisa de Cinema

ideogram.ai                                                                                                                                                          Lecy Sousa                               E chegou o dia em que, na incansável busca pelo realismo mágico, o cinema incorporou os cheiros às cenas dos filmes. E todos estávamos numa enorme sala de projeção . Um filme de guerra. Conflito religioso, para variar. Homens-bomba se despedaçavam ante nossos olhos. Cheiro de pólvora umedecida. Aplausos. Passaram para a artilharia pesada. Metralhadoras que nunca descansavam. Homens soltavam seus últimos gritos, abriam os braços e eram arremessados ao chão pela força dos balaços. Cheiro de sangue e fumaça. Aplausos. DIAS DEPOIS...(mostrou o letreiro na tela ) Os corpos, incontáveis, permaneciam insepultos. A decomposição fazia sua festa na carne inútil e os corvos reinavam imbatíveis. O mau cheiro ganhou tamanha proporção que nós fomos obrigados a sair da sala de projeção às pressa

Aos amigos deste blog

Muito agradeço aos visitantes deste simples blog. Desejo uma infinidades de bons acontecimentos a todos. Continuamos em 2009! Lecy Pereira Sousa