Em 1986, os compositores brasileiros Michael Sullivan e Paulo Massadas entregaram ao grupo infantil “Trem da Alegria”, o hit musical “He-Man”. Parte da letra: No mundo de Etérnia bem distante daqui/Na luta pela paz um guardião vai surgir/A força e a coragem, ele nasceu para o bem/Os músculos de aço, nosso herói é He-Man/Aponta para o céu a sua espada a brilhar/E entre raios e trovões um campeão nascerá/Pacato, o seu tigre, vira o Gato Guerreiro/Na luta da justiça se entregar por inteiro/Eu tenho a força/Sou invencível/Vamos, amigos/Unidos venceremos a Semente do Mal/Eu tenho a força/Sou invencível/Vamos, amigos/
Unidos venceremos a Semente do Mal...”
Quando crianças, buscamos a imagem de um herói (se esse herói aparece montado num tigre, a situação fica mais fascinante). Idealizamos aquele ou aquela que faça tudo por nós, num ato de egoísmo seguido de idolatria).
Com o passar do tempo, vamos tomando diversos chás de realidade, sem açúcar ou adoçante e, novas narrativas vão nos sugerindo ver nossos pais como nossos heróis (quando esses pais existem). Cabe lembrar, aqui, a música de Belchior espiritada em voz por Elis Regina, “Como nossos pais”.
A força transformadora de situações opressivas, não cabe nos ombros de um herói, mas nas mãos de uma coletividade consciente. Coletivos que conseguem calçar uma rua ou encontrar soluções para o lixo, quando os políticos são incompetentes para isso. No Brasil, felizmente, temos exemplos de diversos coletivos que se mobilizam em aglomerados periféricos, levando formação técnica, cultura e acesso a tecnologia, mesmo lutando contra tubarões tecnológicos.
O processo é lento e sabotado sempre que podem, mas veremos um número cada vez maior de pessoas conscientes da força de suas escolhas e da própria iniciativa quando os heróis forem se divertir nas Disneylândia.
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