Eis que um suposto amigo me perguntou, um dia desses, se eu me transformaria num produtor de textos de colunas de sites que cedem espaço para que o suposto autor possa se exercitar e se sentir um escritor. Aquele negócio de auto estima, injeção para o ego, coisa do tipo: eu participo de um site muito lido, etç.
Não sei se lhe respondi na ocasião, mas não me passava e nem me passa pela cabeça ser um "colunista" que só recebe em troca a divulgação, o que não é pouco em tempos de Internet onde a visibilidade no mundo Web é tão concorrida quanto na vida fora dela.
Digamos que você seja um escritor embrionário, ou uma pessoa para a qual os spots de luz ainda não brilharam como é o caso da infinitesimal maioria das pessoas que escrevem e colocam textos na Internet. Se seu objetivo é "bombar" no mundo digital, é bom se preparar para uma longa jornada sem muita certeza de chegada. A menos que você seja parente do dono de uma grande editora que não poupará esforços no Marketing para tornar seu livro um best-seller, até como forma de não lograr prejuízo ao investir no primeiro livro de um parente. Outra hipótese: você tem uma linda conta bancária e pode bancar seus livros, pagar diárias de assessores jornalísticos, boas amizades nos jornais de grande circulação, um eficiente sistema de distribuição nacional e internacional, sua família adora seu ofício e todos apostam alto em seu sucesso e colocam toda infra estrutura familiar em seu apoio. Pode ser que você seja um típico autor que só pode publicar usando Leis de Incentivo à Cultura, mas não se engane. Sabe quem terá que cuidar da completa distribuição dos exemplares e da prestação de contas obrigatória, além de concorrer com outras centenas de projetos de livros maravilhosos e igualmente encantadores? VOCÊ. A menos que você pague pelos serviços de uma empresa especializada em captação de recursos e burocracias afins. Enfim, tudo conspira a e em seu favor. Por falar em conspiração, outra hipótese é você ser um predestinado e praticante das máximas de Paulo Coelho (vale lembrar que Paulo Coelho nasceu em berço esplêndido) como "viva sua lenda pessoal". É bom lembrar que , a exemplo dos concursos públicos, todos são seus concorrentes e querem ter o mesmo êxito literário ao qual você ambiciona (não sei se essa é uma palavra "pesada" demais para seus propósitos).
Agora, se você está pouco preocupado se o mundo vai acabar a seguir, se seu livro será publicado por um parente piedoso após a sua morte enterro e/ou cremação, se sua família acha que você é um irresponsável (essa dramaticidade é toda por minha conta) continue escrevendo e publicando na Internet. Até o momento, este é o único lugar que eu conheço que não faz restrições para publicar o que você quer para adultos ou para crianças, ainda que quem ganhe algum dinheiro seja quem lhe cede o espaço. A única pessoa que sabe o que quer ou não quer com aquilo que escreve é o próprio autor.
Se alguém lhe oferece um espaço para publicar textos de sua autoria é bom pensar duas vezes antes de recusar a "oferta" . Caso você recuse há várias hipóteses para a sua decisão: a) você detesta publicar as "coisas" que escreve; b) você não tem coragem de publicar o que escreve; c)você é orgulhoso ou orgulhosa demais para aceitar ofertas de qualquer espelunca de site; d) quem lhe convidou acha que o você escreve não vale um centavo e você acha que vale muito; e)você é um escritor famoso e celebrado e não tem tempo para perder com essas bobagens e nem para responder a cartas ou e-mails de fãs chatos, afinal, você é uma estrela ou um astro ou qualquer um outro corpo celestial. Há tantas outras possibilidades que eu poderia escrever um livro e sair procurando uma editora interessada em publicar um livro que elenca motivos que um suposto escritor tem para não publicar quando recebe um convite para fazê-lo.
Eu falava da pergunta do suposto amigo. Pois bem ou muito que bem, por causa dela, a pergunta, eu escrevi esse texto e tratei de publicá-lo.
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