sábado, 26 de dezembro de 2015

Entre o fim e o recomeço




A semana que antecede o fim de um ano é uma espécie de "zona morta", um espaço onde o raciocínio dos dias ditos comuns aparenta entrar de férias. A gente fica meio mais bobo que de costume. Uma espécie de backup seguido de reset está acontecendo e tudo que resta é assuntar.

Fica uma expectativa no ar. O que virá? Que fatos darão o tom do novo ano? Há quem apele para os videntes de plantão. Há quem salte sete ondas, engolindo sementinhas de romã  e usando a roupa da cor recomendada pelas consultoras de moda das viradas. Há quem tem absoluta certeza de como serão seus próximos 365 dias.

Uma coisa é perceptível: toda cabeça precisa dar um tempo, esquecer coisas, desconcertar os métodos, dar férias para o excesso de atenção que gera tensão e até hipertensão. Longe de ser autoajuda é uma forma de apreço por si mesmo. Levar a vida na base do "foda-se" (há um vídeo no Youtube que viralizou repetindo essa contração verbal por, pasmem, dez horas seguidas em forma de Funk) é apreciado por muita gente e pode atrair milhares de seguidores. Porém, nem todo mundo leva jeito para ser Raul Seixas ou a turma dos Beatniks norte-americanos que acabaram entrando para a História.

Então, como Siddhartha Gautama, o Buda, confirmou sua iluminação vendo um instrumentista afiando suas cordas e  arrebentando-as uma após outra pelo nível de tensão imposto às coitadinhas, é prudente relaxar e, quem sabe, até gozar como sugeriu uma sexóloga brasileira muito conhecida.

Agora, aqui para nós, eu não sei muito bem porque decidi escrever esse texto na última semana do presente ano candidatíssimo a vira passado.