segunda-feira, 17 de novembro de 2014

As mudanças que o mundo quer

Acredito que é só pela mobilização das pessoas, sem o entrave partidário que engessa qualquer causa, que alguma transformação satisfatória pode acontecer. Infelizmente, os partidos estão se tornando reféns da inércia e da locupletação corrupta. Todos se envolvem em desvio de dinheiro público, deixando quem precisa de apoio refém do acaso. Alegro-me ao ver a Avaaz colhendo frutos de uma trabalho de mobilização sem as amarras típicas dos partidos.

Após a Caminhada pelo Clima, compromissos reais contra as mudanças climáticas... na Europa, nos EUA e na China!

Progresso contra as mudanças climáticas
Uma das nossas 2,600 caminhadas
Precisávamos urgentemente que a Europa tomasse a frente e assumisse compromissos ambiciosos contra as mudanças climáticas, há alguns meses, durante uma conferência em Bruxelas. Fiquei desanimado quando fontes nos disseram que seria "impossível" a União Europeia se contrapor ao lobby da indústria de carvão e petróleo e cortar as emissões de carbono em "pelo menos" 40% até 2030. Mas nós não desistimos e, no final, vencemos!

Foi assim que conseguimos sair de "impossível" para uma grande vitória:
  • Realizamos a maior mobilização contra as mudanças climáticas da história, colocando 675 mil pessoas nas ruas de 162 países!
  • O secretário-geral da ONU, 18 ministros e vários políticos se juntaram às caminhadas.
  • Entregamos uma petição com 2,2 milhões de assinaturas por energia 100% limpa para os líderes mundiais, incluindo o presidente francês, François Hollande.
  • Realizamos encontros e reuniões com ministros de energia, clima e meio ambiente da França, Alemanha, Brasil e Reino Unido.
  • Pressionamos a Polônia, um dos maiores opositores da luta contra as mudanças climáticas, com uma campanha de anúncios publicitários que teve cobertura da imprensa e telefonemas de membros poloneses da Avaaz para as autoridades.
  • Fizemos pesquisas de opinião na Alemanha, França, Polônia e Inglaterra pouco antes do momento decisivo.
A caminhada pelo clima mudou o rumo da história
30 mil pessoas caminharam em Melbourne, Austrália!
A caminhada pelo clima mudou o rumo da história. Fomos citados por vários presidentes em seus discursos na ONU. Centenas de organizações contribuíram para a caminhada e para a vitória na Europa, mas nosso papel foi fundamental. A BBC afirmou que: "As marchas levaram as pessoas para as ruas como nunca antes, particularmente graças ao poder de organização do grupo de campanhas online Avaaz." E a ministra do Meio Ambiente da Alemanha disse: "Eu gostaria de agradecer aos milhões de pessoas que se juntaram à Avaaz. Sem o apoio popular será impossível impedir as mudanças climáticas."

O presidente dos EUA, Barack Obama, também reagiu à nossa mobilização e disse: "Nossos cidadãos continuam a marchar. Não podemos fingir que não os escutamos." Logo após a vitória na Europa, criou-se o clima perfeito para Obama se encontrar com o presidente chinês, Xi Jinping. Obama prometeu cortes razoáveis nas emissões de poluentes dos EUA. A China prometeu o mesmo. É a primeira vez que isso acontece! O momento que tanto precisávamos chegou...

Depois da indústria do petróleo e carvão, qual é a empresa mais desalmada do planeta? Sim, a Monsanto. E essa é a segunda maior vitória que nossa comunidade ajudou a conquistar.

Megausina da Monsanto: autorização revogada!!

Megausina da Monsanto: autorização revogada!!
Protestando contra a fábrica de sementes da Monsanto.
Quando a Monsanto tentou estender seu controle sobre a cadeia alimentar global com uma fábrica de sementes enorme na Argentina, os membros da Avaaz se uniram com um movimento local e ajudaram a impedir a construção da maior usina de sementes transgênicas da América Latina em 2014.

A Monsanto é uma corporação gigante com um orçamento de 60 bilhões de dólares e as mãos bem sujas. Foi assim que ajudamos a acabar com seus planos:
  • Lançamos uma petição com 1 milhão de assinaturase enchemos as caixas de entrada dos políticos argentinos com milhares de emails, antes de tomarem uma decisão sobre a usina.
  • Trabalhamos com advogados de alto escalão em um relatório que denunciou a ilegalidade do Estudo Ambiental da Monsanto, e divulgamos para toda a imprensa.
  • Fizemos uma pesquisa de opinião mostrando que dois terços dos moradores da cidade onde a usina se instalaria não apoiavam o projeto.
  • Ajudamos os moradores da cidade a fortalecer a campanha local com uma estratégia vencedora.
A líder popular Celina Molina disse: “Depois que mais de um milhão de membros da Avaaz apoiaram o povo das Malvinas Argentinas, vencemos uma importante batalha na guerra contra a Monsanto! Desde seu trabalho conseguindo acesso a documentos até a execução de pesquisas, a Avaaz foi muito importante para evitar que uma grande usina de sementes transgênicas fosse construída em nosso quintal.”

Outras grandes vitórias: salvando nossos oceanos, a internet e a democracia 

Outras grandes vitórias: salvando nossos oceanos, a internet e a democracia
Voto Aberto no Brasil
Protesto do 'Nada a esconder!' em Brasília.

Graças a milhares de membros da Avaaz que fazem doações mensais para manter nossa pequena equipe trabalhando, conseguimos atuar em diversas causas ao mesmo tempo. Aqui vão outras grandes vitórias das últimas semanas:

A criação da maior reserva marítima do mundo! Em apoio a essa reserva tão importante, mais de um milhão de membros da Avaaz fizeram um apelo ao governo dos EUA. Além disso, realizamos uma pesquisa de opinião no Havaí e outras ações. No final das contas, o presidente Obama enfrentou o lobby das empresas pesqueiras e protegeu uma área do Pacífico quase do tamanho da África do Sul!

Neutralidade da Internet garantida nos EUA e na Europa!Cerca de 1,1 milhão de nós pressionamos o parlamento europeu a proteger a internet como a queremos: livre e com regras rígidas para garantir a neutralidade da rede. Todos nós colaboramos com esta vitória, apesar de todo o esforço das empresas de telecomunicações! Nos EUA, Obama seguiu essa onda e adotou uma posição forte que deixou as telecoms chocadas.

O Congresso brasileiro acabou com o voto secreto!Depois de meses persistindo em uma campanha com ligações, encenações públicas, campanhas na imprensa, entre outros, os membros da Avaaz no Brasil (agora 7 milhões!) pressionaram o Congresso e conseguiram acabar quase completamente com o voto secreto. É uma vitória gigantesca para uma das maiores democracias do mundo.


E mais a caminho...

Essas são as batalhas que vencemos, mas elas levam meses ou anos para chegar neste estágio. Veja mais informações sobre progressos que temos feito em outras áreas:

E mais a caminho...
ABP: não invista na ocupação.
  • Voluntários contra o Ebolamais de 2.500membros da Avaaz se voluntariaram para arriscar suas vidas viajando até a África Ocidental para conter o avanço desta doença horrível. Um emocionante exemplo de coragem e humanidade.
  • Arrecadação do Ebola: nossa comunidade arrecadou mais de 2,2 milhões de dólares para ajudar as organizações da linha de frente!
  • Salve as abelhas: entregamos nossa petição com mais de 3,4 milhões de assinaturas a uma comissão do governo dos EUA responsável por uma possível proibição dos pesticidas que estão matando as abelhas.
  • Palestina: depois dos horrores que assistimos em Gaza há alguns meses, estamos fazendo tudo ao nosso alcance para fazer com que grandes fundos de pensão e empresas privadas parem de investirem negócios que apoiam a ocupação militar israelense e a colonização ilegal da Palestina. Estamos bem perto de uma vitória que poderia mudar o cenário do conflito e trazer a esperança de paz…
  • e muito, muito mais...

Acabo de voltar de um encontro com a equipe da Avaaz, e alguns de nós choraram de alegria (incluindo eu) por servir a esta missão e a esta comunidade. Juntos, temos um potencial enorme de fazer a diferença no mundo! 

A caminhada pelo clima e a campanha dos voluntários contra o Ebola, assim como as doações, são exemplos de como os membros da Avaaz estão se comprometendo ainda mais profundamente com essa missão. E a cada passo que damos juntos, nosso poder aumenta. 

Há muito medo, ambição e ignorância no mundo, mas nós estamos continuamente espalhando amor e inteligência, além de pensar estratégias efetivas para fazer a diferença. Estamos apenas enxergando a ponta do iceberg de tudo que é possível fazermos. Vamos continuar construindo esse navio, investindo nosso tempo e nossas esperanças com mais profundidade, porque o que temos aqui é precioso, e o mundo precisa de nós mais do que nunca. 


Com amor e muita gratidão a este movimento, 

Ricken, com Nell, Pascal, Marie, Laila, Andrea e toda a equipe da Avaaz

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Não guia politicamente incorreto pós eleições 2014

Simón Bolívar é considerado na América Latina como um herói, visionário, revolucionário, e libertador. Durante seu curto tempo de vida, liderou a Bolívia, a ColômbiaEquadorPanamáPeru e Venezuela à independência, e ajudou a lançar bases ideológicas democráticas na maioria da América Hispânica. Por essa razão, é referido por alguns historiadores como "George Washington da América do Sul" - Wikipédia.
    Os acontecimentos no Brasil, após a reeleição da presidenta Dilma Rousseff, tem revelado a cara de um país pouco conhecido.
  De uma hora para outra, pelo menos na Internet, surgiram dois tipos de eleitores: aqueles moderados, que defendem uma justiça social, sem transformar o Brasil numa carcaça de país típico de ditadores boçais e aqueles que alegam que o PT quer acabar com a nação, saquear cada brasileiro, ferrar com tudo, com todos e entregar todas as riquezas do Brasil para um Fidel Castro que está prestes a ajustar contas dos seus atos, com o imponderável, ao cruzar a fronteira da morte, mas de acordo com esse pessoal, quer levar para o além todas as fazendas, jatinhos, mansões, ações, barras de ouro, ações do Facebook dos brasileiros ricos e indefesos. Uma pena Hugo Chávez ter morrido antes, pois ele também ficaria com uma enorme fatia dessa usurpação.
   Pelo que andamos a ler na Internet, nesse segundo mandato, ainda segundo os separatistas inimigos mortais de Simón Bolívar (que segundo a História lutou pela independência da América Latina, num ato de patriotismo, sem saber o que era Comunismo ou Socialismo acadêmico), a brasileira Dilma Rousseff será responsável pelo fim da Democracia no Brasil e comandará uma invasão bolivariana sem precedentes na história do país e mudará a Constituição como fazem os ditadores, sem considerar Senadores e Deputados ( ou corromperá todos eles com charutos cubanos). Dilma será o anticristo do Brasil e detonará com tudo, expulsando os coronéis do país para Acapulco (México), Califórnia e  Las Vegas nos EUA,Dubai e outros paisinhos com PIB semelhante.
   Resta, então, aos brasileiros moderados entrar em pânico e começar a rezar ao santo de sua devoção para que Dilma não tenha sucesso em ferrar com a nação inteirinha. Que ela não consiga fazer uma lavagem cerebral em todos os que votaram nela pela continuidade dos projetos sociais importantes (pouco mais de 50 milhões de brasileiros, inclusive esse que escreve e não acredita em ideologia partidária alguma, nem considera herói qualquer membro de partido). Ó Pai, fazei com que a Presidenta esqueça seus terríveis planos para acabar com o Brasil, ou entregá-lo (sem qualquer resistência dos que amam a pátria livre, mas desejam justiça social, distribuição de renda, moradia, emprego, educação e saúde para todos os brasileiros que precisam de serviço público) a qualquer moribundo. Que Dilma cumpra a Constituição como fizeram todos os outros presidentes que juraram antes dela e teve quem morreu e quem renunciou. 
   Alguns falam em improbidade administrativa. Havendo provas irrefutáveis, cabe o julgamento de qualquer Servidor Público. Quantos processos por improbidade administrativa tramitam na Justiça atualmente? Quem é réu nesses processos? Quantos senadores, desembargadores, deputados, banqueiros, empresários de empreiteiras que participam de licitações, desde o início das eleições diretas, têm contas em paraisos fiscais?
    Aos brasileiros que odeiam o Partido dos Trabalhadores, resta a esperança de que as profecias comunistas-comedoras de criancinhas e socialistas do inferno não se cumpram. Deve ser porque o diabo folclórico é retratado sempre de vermelho.
   Aos brasileiros moderados, resta a esperança de que a presidenta reeleita seja uma boa menina, cumpra o seu mandato de 4 anos e execute somente o seu projeto de governo naquelas ações que podem beneficiar qualquer um que precisa de serviços públicos. E que ela não tente enganar  seus eleitores sob o risco de passar para a história como uma cidadã medíocre, entreguista do patrimônio público e imperialista como políticos de boa parte do mundo que conhecemos...

sábado, 1 de novembro de 2014

Partidos que apoiam pedido de intervenção militar não têm compromisso com a Nação


É lamentável ver, ao final de 2014, numa manifestação pública em São Paulo (sugerindo o impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff), gente ostentando cartazes pedindo (quase implorando) a intervenção militar no Brasil.

Só quem sentiu na pele aqueles anos sabem o tamanho do atraso que a ditadura militar impôs ao Brasil. Se hoje estamos tão atrasados tecnologicamente, algo criticado pela juventude direitista (o comum é jovens serem de esquerda, mas hoje em dia tudo está avacalhado e muita gente nem sabe o que é ser de esquerda ou de direita, mesmo em tempos de Wikipedia), a culpa é da postura conservacionista dos generais. Cito esse que foi o menor dos males. A situação foi infinitamente pior. É, no mínimo, ignorância clamar por militarismo. 

Vale lembrar que não foi o PT que inventou a subvenção partidária e que a corrupção política cresceu com a irrelevante participação do povo no Congresso Nacional durante o processo de redemocratização do país. O povo era incentivado a ir às ruas defender a democracia, mas não tinha como acompanhar o que sempre aconteceu em Brasilia. Esse papel coube a uma Imprensa aparelhada desde a reinvenção do direito de voto. Com a Internet, e a democracia em andamento, a pressão popular tende a aumentar não importando quem seja o presidente (eleito) do país.

Se o PT trata como heróis os traidores de sua legenda, esse é um equívoco pelo qual o partido há de responder perante os seu militantes. Já os crimes contra o estado (corrupção ativa, passiva, tráfico de influência, formação de quadrilha - embora a justiça não concorde muito com esse enunciado), cabe às instâncias jurídicas determinarem as penas mediante as provas. Delatar sem provar é o mesmo que nada. E mesmo provando, os advogados de defesa usarão de todos os subterfúgios para minimizar a pena do réu. Funciona dessa maneira para qualquer partido, onde os eleitos contam com foro privilegiado. Se querem melhorar essa forma de punição que reformulem os artigos constitucionais e o Código Penal. Um  presidente não pode decidir pelo Poder Judiciário considerando as limitações constitucionais. Querem mudar isso? Não adianta trocar presidente. É preciso mudar as leis.

Acerca dos planos imperialistas de qualquer partido, seja de esquerda, direita ou centro, cabe ao estado democrático de direito cuidar para que tais planos antidemocráticos na se concretizem. De que maneira? A constante vigilância e o policiamento ostensivo do processo eleitoral feita pelos partidos oficiais e pelos eleitores. Solicitar recontagem de votos é abrir um precedente perigoso, uma vez que menospreza a Justiça Eleitoral e pode induzir solicitações retroativas, ou seja, a exceção tende a virar regra. Se puder pra A, há de poder para B,C,D...

A alternância de poder, quando existe democracia, só pode ocorrer pelo sufrágio do voto, ou pelos motivos que a Constituição preconiza. Prevalece a vontade da maioria. Uma das formas de afastar o fantasma de qualquer tipo de imperialismo é acabar com a reeleição. Pergunta: o povo brasileiro quer mesmo acabar com reeleição? Então é bom a gente exigir uma reforma política doa a quem doer.

Agora, ir para as ruas pedir o retorno dos militares e ameaçar de morte uma presidenta reeleita não representa as pessoas de bem que temem pelo presente e pelo futuro de seus filhos, netos e bisnetos nesse país. Aonde estão os partidos políticos nessas horas?

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Acrylic Painting Demo - Basic Red Tree Landscape - Mouth Painting





As mudanças que a maioria quer

Caros amigos, 

A apenas 48 horas do dia da eleição, nossa comunidade respondeu ao que foi, provavelmente, a maior pesquisa eleitoral já feita a respeito das prioridades para o próximo presidente. Os resultados são muito animadores: 
  • Número 1: Educação: Tornar a educação a prioridade número 1 do Brasil, começando pelo treinamento adequado e aumento salarial dos professores da rede pública
  • Número 2: Saúde Pública: Distribuir a força de trabalho de médicos nas regiões mais precárias do Brasil, garantindo pelo menos 1 médico para cada mil habitantes, como recomendado pela Organização Mundial da Saúde
  • Número 3: Combate à Corrupção: Proibir dinheiro de empresas privadas no financiamento de campanhas eleitorais
  • Número 4: Energia Limpa & Mudanças Climáticas: Transformar o Brasil em um país com energia 100% limpa até 2050 e liderar o debate global para combater as mudanças climáticas
  • Número 5: Amazônia e Florestas: Zerar o desmatamento até 2030
  • Número 6: Democracia: Criar o melhor modelo de participação pública online já visto e trazer cidadãos para participar diretamente das decisões do Congresso
Todas essas políticas são viáveis e podem se tornar realidade. Juntas, elas formam uma plataforma contundente de mudança para quem quer que assuma o Palácio do Planalto. A Avaaz entregou os resultados para as equipes da Presidente Dilma e do candidato Aécio Neves, e agora estamos transformando os resultados em um Manifesto Aberto para o Futuro Presidente, que vamos divulgar para toda imprensa. 

Quando formos às urnas eletrônicas daqui a dois dias, podemos afirmar, com segurança, uma coisa: em uma corrida eleitoral tão apertada quanto esta, nossa comunidade de mais de 5 milhões de brasileiros vai ter um papel fundamental na eleição do próximo presidente do nosso querido país. 

Por isso, antes de votar, dêem uma olhada na tabela abaixo para conhecer a visão que cada candidato tem sobre os seis temas prioritários para a nossa comunidade. Nossa pesquisa não é uma lista de desejos, mas um manual para aprofundar e fortalecer a democracia com a qual todos sonhamos. E, quem quer que seja nosso candidato no domingo, vamos nos lembrar que democracia não se trata apenas do dia das eleições, mas do esforço desta comunidade em trabalhar junto para exigir e garantir as mudanças que criarão o Brasil que todos merecemos. 

Com esperança, 

Michael, Diego, Carol, Nana, Joseph e toda a equipe da Avaaz 



Proposta
Dilma Rousseff (PT)
Aécio Neves (PSDB)
Educação: (96%)
Afirmou que dará "salários adequados" aos professores e melhor formação e irá universalizar a educação infantil de 4 a 5 anos até 2016Quer melhorar salários com aumento do repasse da União ao Fundeb. Fará a implantação gradual da escola de tempo integral
Saúde Pública: (88%)
Expansão do programa Mais Médicos e Ampliação da rede de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs)Continuará com o Mais Médicos, mas estabelecerá novas regras para o programa e ampliará a rede pública com 500 clínicas especializadas
Combate à Corrupção: (76%)
Defende o fim do financiamento empresarial de campanha e propõe aprovar uma lei que transforme a corrupção em crime e que puna com rigor os agentes públicos que enriquecem sem justificativa ou não demonstram a origem dos seus ganhosDefende que o financiamento privado de campanha deva ser limitado. Para reprimir a corrupção, o candidato propõe fazer a capacitação de agentes públicos
Energia Limpa & Mudanças Climáticas: (58%)
Manterá a geração com base em hidrelétricas e termelétricas e fontes alternativas. Diz que o país se “engajará fortemente nas negociações climáticas internacionais que terão lugar em 2015Defende planejamento com previsibilidade e matriz energética sustentável. Promete levar o Brasil à transição para uma economia de baixo carbono
Amazônia e Florestas: (56%)
Afirma que deve fortalecer o combate do desmatamento, em especial na AmazôniaDefende a revisão do atual modelo de licenciamento ambiental para torná-lo mais simples e eficaz
Democracia: (49%)
Propõe convocar um plebiscito para definir mudanças e promete maior espaço para a participação do cidadão.Promete ampliar os canais de diálogo com o cidadão

[Os percentuais na primeira coluna mostram quantas pessoas da comunidade Avaaz escolheram aquela opção como uma das 3 principais prioridades para o próximo presidente] 

FONTES: 

As diferenças dos programas de Aécio e Dilma (Revista Época)
http://epoca.globo.com/tempo/eleicoes/o-filtro/noticia/2014/10/principais-noticias-eleitorais-do-dia-7-de-outubro-de-2014.html 

Embate de ideias - compare as propostas de Dilma e Aécio (Revista Exame)
http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/embate-de-ideias-compare-as-propostas-de-dilma-e-aecio 

Debate de propostas: o que dizem os programas de Aécio e Dilma? (BBC Brasil)
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/10/141015_eleicoes2014_programas_cq 

Eleições 2014: Conheça e compare as propostas de Aécio Neves e Dilma Rousseff (CBN)
http://www.cbnfoz.com.br/editorial/politica/noticias-politica/22102014-223211-eleicoes-2014-conheca-e-compare-as-propostas-de-aecio-neves-e-dilma-rousseff 

Compare o que Dilma e Aécio disseram sobre 50 assuntos (G1)
http://g1.globo.com/politica/eleicoes/2014/noticia/2014/10/compare-o-que-dilma-e-aecio-disseram-sobre-50-assuntos.html 

sábado, 20 de setembro de 2014

Digas! poesia falada

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Nova coluna no Diário de Contagem

   Informo aos visitantes desse blog que, a partir de agora, faço postagens no jornal eletrônico Diário de Contagem.
  Naquele espaço, eu vou escrever sobre Literatura em geral. Conto com o apoio de todos vocês lendo e comentando.



quinta-feira, 26 de junho de 2014

Em Carne e Pedra

         Lecy Pereira Sousa

  
  Uma das maiores ambições humanas era descobrir o que existia além do átomo. Os cientistas chegaram ao que denominaram Quarks. Porém, o que vem antes dos Quarks? Chegaram à Teoria das Cordas. E a pergunta é do que são compostas essas cordas? Permanecemos, então, no campo das teorias.

    Sem partir em busca de explicações reducionistas, mas valendo-se de fontes escritas por pessoas com alguma preocupação de registro histórico (é incrível como uma civilização dotada de admirável genialidade nas mais diversas áreas não tenha se esmerado em deixar escrita a crônica detalhada do seu tempo, após a invenção dos símbolos alfabéticos), o professor Richard Sennet, da Universidade de Nova York e da London School of Economics, cometeu o ensaio Carne e Pedra - O corpo e a cidade na civilização ocidental.
    Engana-se quem pensa que este ou aquele livro só pode interessar a este ou aquele grupo. Uma vez publicado, qualquer livro pode interessar a qualquer um, em que pese o nosso preconceito ou a nossa maneira discutível de elitizar o conhecimento.

    Sendo também autor dos livros A corrosão do caráter, Autoridade e O declínio do homem público, Sennet nos proporciona um épico onde o profano e o sagrado ganham a abordagem sutil e desapaixonada que esses temas merecem. O livro nos embarca numa carruagem vitorianamente decorada, sem nos avisar que os cocheiros são Os quatro cavaleiros do Apocalipse. Como o corpo e a petrificação se relacionam com o poder? Como os aspectos morais e a inobservância destes estão relacionados com o apogeu e o declínio das sociedades no ocidente, a partir de uma pesquisa histórica? Como a descoberta do fluxo sanguíneo implicou no modelo contemporâneo de espaço urbano e sua mobilidade dispersiva?

     Enquanto leitores, um dos maiores erros no qual incorremos é julgarmos um texto pelo título ou pela temática. Dessa forma, nós acabamos criando os redutos e edificando as segregações para onde são empurradas as, ditas, minorias. Fugimos de alguns textos como o diabo foge da cruz temendo uma mudança em nossa maneira sedimentada de pensar. Execramos qualquer tipo de promiscuidade intelectual, muitas vezes em defesa de castelos de areia.

    Carne e Pedra é um ensaio que propõe bons questionamentos para os habitantes das megalópoles e repassa como numa gravação em mp3 todos os erros, manias, estereótipos nos quais incorremos em função do poder desde que o mundo é mundo e o sangue solve e coagula. Como um bom vinho produzido ao sul da Gália, quer dizer, França, Sennet não nos quer embriagar, mas transmitir o conhecimento dos toneis que se misturam à substância da uva. Sempre imerso na certeza de que a sublimação do corpo terá como interseção o simbolismo da lápide, nessa civilização que pouco aprende do seu eterno tempo presente.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Entre dois pontos de Lecy Pereira

Entre e seja bem-vindo!
Na poética de Lecy Pereira Sousa, todo delírio tem como fonte o lírio nutriente provindo de um olhar ousado. Um olhar que se aventura no tatear de paladares inusitados. Uma escuta que perscruta o avançar e o recuar de vozes, ora convergentes, ora dissonantes. Na literatura desenvolvida pelo autor, o ruído é bem-vindo, pois comunica o que há de mais visceral no elaborado da chama expressiva. Concitado a falar sobre o plurissemiótico transitar de textos e imagens vindos à tona na obra “Entre”, de Lecy Pereira Sousa, destaco na poesia ‘variada das ideias’ um pulsar inquieto de versos, cuja leitura primeira só se faz entrelinha charmosa se caso relemos com gosto o mundo presente ali de possibilidades. A pausa se coloca como avançar aos goles, sem a necessidade de bebermos tudo de primeira, como pede a gulosa sede do imediato. É bom que se diga que, em pleno ritmo dançante das cores, simultaneamente se encontra uma espécie de ‘melodia grafitada’ de versos colhidos em pleno “instante-já”, para utilizar um termo de Clarice Lispector.

Diz-se que do boi se aproveita tudo, até o berro. Pois da poesia Lecy se aproveita tudo, até o silêncio. Partindo de um design ‘ frenético frenesi’, o poeta agita o perfume da vida para mostrar a essência-suor de que vale seu labor literário. O título da obra pressupõe um convite ao leitor para adentrar no recinto poético, cercado de arrumações e desarrumações, conforme os pareceres extraordinários e ordinários advindos da percepção. Bela sacada esta: “eu ecoo”; parece-me uma autoria empenhada em apreciar a estética da recepção de perto. Bem de pertinho. Poética da repercussão, produz autenticamente Lecy. Longe de querer o paparico da aceitação pública, o poeta ultrapassa esse tipo de sucesso apegado para abraçar, com açúcar e com afeto, o mínimo e o secreto do conviver. Afinal, escreve Lecy: “tão semelhantes somos em Pequenopólis,/ mesmo diante de tantos pontos de fuga”. A fuga aqui é encontro. Encontro com a ciranda das palavras radicalmente livres: “ainda que porosas,/ palavras evaporam/por poros pontilhados”.
= Marcos Fabrício  Silva =

Para ler, basta clicar abaixo:

sábado, 10 de maio de 2014

Pelos caminhos da imaginação

Lecy Pereira Sousa

Tex Willer e seus amigos
Não sei se é habito ou a falta dele, mas me coloco a ler dois, três livros, interrompendo a leitura deles em parágrafos e páginas aleatórias e retomando dali em dias também alternados, sem a sensação de perder a trama ou confundir os enredos.

Há livros que "esperam" demais que eu retorne a eles. Outros são lidos sôfregos. Aquelas narrativas que não empolam. Como aqueles pilotos que completam a corrida com uma troca de pneus sem perder posições. Desconfio que o cérebro é um complexo emocional cheio de caô. Por exemplo, há mais de duas décadas, a lembrança de Natal que ficava em minha mente era a de uma época cheia de neve em que eu assistia ao especial de Natal do Zé Colmeia e sua turma. Enquanto só chovia no mês de dezembro, eu me perguntava: cadê a neve? A neve estava nas revistas da turma do Bolinha e do Natal do Mickey. Sim, porque eu me pegava lendo toda e qualquer revista em quadrinhos que na minha mão caía. As de faroeste também. Confesso que eu não gostava daquele estilo assassino, mas eu me sentia o próprio Tex Willer, herói do Velho Oeste criado por um... italiano. Imaginem... um italiano que tem fã-clube no Brasil.

Hoje, eu não me lembro bem de como essas revistas chegavam às minhas mãos. Acho que eu pegava emprestado de alguém ou conseguia comprar algumas com o dinheiro que ganhava de parentes. O cenário de agora é muito diferente. Você pode ler quilos de revistas virtualmente, sem falar nos animes japoneses que causam furor entre os jovens  e incentivam os cosplay, assunto para outro texto. Dificilmente, ou nunca, você terá na televisão as opções que encontra na Internet. A menos que a televisão se transforme em Internet.

A impressão que fica é a de que, hoje, o Natal é mais técnico. Refiro-me ao Natal comercial e não ao Natal primitivo, mais próximo dos princípios cristãos. E a neve, por essas bandas, não passa de ficção em shopping.

Ainda bem que havia revistas e desenhos animados a me proporcionarem o mínimo de fantasia em tempos nada fantásticos. Sem qualquer tipo de nostalgia, mas de boas lembranças, a infância é o terreno que o adulto no qual somos forçados a nos transformar, por questões evolutivas, jamais conseguirá minar com sua visão de realidade crua, limitadamente crítica e, por conseguinte, vazia de inocência.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Pelas ondas mutantes


Esse blog não é mais criança.

Devido a diversas situações, eu nunca pude blogar de uma forma consistente. depois, aprender a se situar no mundo web leva tempo. Manter uma "audiência" regular, então, nem se fala.

Considere, também, o ritmo alucinante que a virtualidade impõe e o tempo que você dispõe  para ficar conectado. Blogar para quem não é celebridade, é trabalho operário.

Devo muito à Internet. Por meio dela pude expor minhas limitações e começar a dimensionar minhas possiblidades.

Não penso que o "Mutações" será Top of Mind e acumulará selos de melhor da Internet. Nunca tive esse foco. Esse blog apresenta imperfeições que assombra profissionais de mídia virtual. Nunca deixei de blogar com liberdade. Continuarei fazendo isso, enquanto achar que agrega algum valor experiencial. 

Quantas coisas aconteceram nesse recorte de tempo. Quantas pessoas conheci e quantas deixei de conhecer. Possibilidades, como diz uma amizade surgida após o blog.

No mais, agradeço pela "audiência" conquistada ao longo dos anos. Sei que ela vem do Brasil, Estados Unidos, Alemanha, Portugal, Rússia, Espanha, França, Canadá, Malásia, Holanda e até da China.

Para um blog de livre expressão como é o caso desse, ter visitantes com alguma regularidade é algo excepcional.

Obrigado a todos e seguimos.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Espelho, espelho seu...

     
  Foi-se o tempo em quem o pensamento europeu - mais precisamente francês - era o grande satã da América Latina. Quem tinha a sorte de ler os filósofos franceses - uma raridade num país em que a maioria não alfabetizada precisava se ajoelhar diante de qualquer "autoridade" - era demonizado por sua majestade,acusado e condenado como repelente inimigo da corte.
    
     Hoje, o cenário é outro. Vemos o pensamento estadunidense se insinuando como vedete para o resto de um mundo "recalcado" e com poucas chances de originalidade no ramo filosófico contemporâneo. Caso os chineses superem todo mundo economicamente, teremos uma enxurrada de livros exaltando o pensamento chinês piscando nas vitrines das livrarias?
Espelho Mágico na versão de Walt Disney

    Ao ler o artigo "Beleza Roubada", do filósofo Luiz Felipe Pondé, percebo o que o materialismo tem feito com todos nós. Criou-se um padrão de beleza, à moda Hitleriana, onde aqueles que não se enquadram nele são tidos como ressentidos e invejosos. Esse é um precedente perigoso por reduzir as oportunidades defendidas pela democracia a padrões superficiais e transitórios. O que é beleza física hoje pode não ser no dia seguinte por uma série de fatores aleatórios.

   Lembrei-me, também, de uma ficção estadunidense que virou  best seller : "Feios", "Especiais", "Perfeitos" e "Extras", quadrilogia escrita por Scott Westerfeld que descreve muito bem o narcisismo, antes uma fase temerária da adolescência, hoje uma forma asséptica de gerar lucros. Os livros falam de uma sociedade futurista onde ser feio é anomalia. A ficção não vai tão distante do hedonismo atual. Não satisfeitos em excluir pessoas religiosamente, financeiramente, educativamente, entre outras exclusões, exclui-se também pela aparência física. Mas não somos nós, os humanos, que criamos os padrões de beleza, a cada século? Não somos responsáveis pelo que, deliberadamente, criamos?

  Não raro, o pensamento crítico do Pondé é motivo de grandes polêmicas. Seriam os feios invejosos e ressentidos. Seriam os bonitos, segundo a lógica do mercado, os únicos abençoados pelo deus do momento?

  Abaixo, o link com o texto do filósofo:


sexta-feira, 25 de abril de 2014

Colhendo água do ar

       Chega a ser supreendente de tão prático e simples. 

     Quando li algo a respeito no site Hypescience,eu não me contentei e fui pesquisar algo mais. Descobri o Architecture and Vision, site de trabalho do arquiteto Arturo Vittori.


    Um dos projetos desenvolvidos por ele junto a Andreas Vogler chama-se "Warkawater" e, pasmem, faz o singelo trabalho dos deuses que orvalham as árvores e arbustos, ofertando aos poetas e românticos, insumos para suas criações. O objetivo dessa simples criação é colher água do ar e saciar a sede de quem mais precisa. Muitas pessoas questionam acerca da funcionalidade do invento, mas segundo afirmam seus criadores, ele pode absorver entre 30 e 40 litros de água em 24 horas. E o detalhe mais assustador para políticos e empresas que lucram milhões e atendem a poucos, o custo para a confecção de cada uma dessas "jarras" (9,15 metros de altura) em bambu e tecido em prolipropileno é muito pequeno em relação ao custo benefício para os necessitados.


         Para aqueles que vivem prevendo guerras sangrentas por causa da escassez de água, que desde os primórdios foi dada e não vendida à raça humana, nada como uma ideia simples, pacífica , eficiente e eficaz para saciar a sede de muitos. Arturo Vittori pretende instalar 2 dessas "jarras" na Etiópia e busca parceiros e investidores dispostos a apoiarem formas alternativas para diminuir a sede no mundo. Na África, cerca de 1 bilhão de pessoas (!) sofrem por falta de água potável.


         Em diversas áreas, projetos simples, ecológicos e que beneficiem a muitos sempre são bem-vindos. Que o "Warkawater" alcance seu objetivo.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Humanum est

                                                                                                Lecy Pereira Sousa
                      
Zeus, pai de Cronos - Mitologia Grega
Acabei de ler o texto escrito pelo jornalista e escritor colombiano, Héctor Abad e traduzido por Francesca Angiolillo, editora- adjunta da “Ilustríssima” que integra o jornal Folha de São Paulo (20.04.2014).

Intitulado “O resto é silêncio”, o texto ressalta que Gabriel García Márquez, falecido a 17 de abril de 2014, era um escrito imenso, mas deste mundo.

Concordo com Héctor, nessa ressalva, em parte (não tenho embasamento científico para afirmar que somos exclusivamente deste mundo). As demonstrações afetivas que ocorrem na Colômbia são justificadas por quanto o nome e o talento de Gabo colaboraram para colocar o país no cenário mundial em termos literários.

Mas a pergunta da qual não se ocupa o texto de Héctor  é: o que, de fato, mitifica um autor? Seriam seus livros, a sua capacidade de lidar com a mídia, seu bom trânsito entre “poderosos”. Porque, a Literatura em geral, é também um terreno onde, se a inveja(sentimento considerado menos nobre entre pessoas esclarecidas) matasse, teríamos velórios semanais no mercado editorial.

Entendi o ponto de vista de Héctor. Apenas acresço que, a forma como as pessoas reagem à morte de qualquer figura pública ou não é imprevisível. Não é a maneira como eu acho que deveriam se comportar que prevalecerá. Eu posso considerar mais ou menos exagerada essa ou aquela manifestação. Naturalmente, os desafetos do autor achariam melhor que ninguém dele se lembrasse post mortem. Quem ou o quê mitifica um ser humano? O diploma? A nobreza? O sobrenome? A morte, por ela mesma? A fama? A fortuna? O intelecto? A personalidade? Ora, desde a minha adolescência li autores que haviam morrido há centenas de anos e ficava a imaginar que tipos humanos eram aqueles capazes de provocar tantas sensações num simples leitor. E se os conhecesse de fato, em seu cotidiano? A magia e o encantamento prevaleceriam? A obra não é o autor? Ou eles passariam a ser, apenas, um bando de malucos que perdem um tempo precioso inventando histórias e enchendo laudas?

Não consigo me esquecer de um trecho da autobiografia do poeta chileno Pablo Neruda. Ele afirma nunca ter entendido como alguns poetas de sua geração, por ele considerado geniais, jamais publicaram ou alcançaram a visibilidade que ele alcançou. O que aconteceu com Neruda qualquer leitor de ginásio (pelas barbas do profeta) sabe. Então, quem decide qual autor ou personalidade será mais ou menos aclamada? A vendagem de livros? O prêmio Nobel? Algum escândalo? Eu tenho minhas dúvidas. Há autores, que passaram por todas essas situações, dos quais não lembramos sequer os nomes.

Á memória de Gabriel García Márquez cabe o respeito de seus pares, o carinho de seus leitores que não são poucos, as homenagens, que são um desdobramento do fato. Quanto ao homem, colombiano, nascido num vilarejo, só aqueles que o conheceram de perto podem dizer de que maneira, específica, tal figura ficará marcada em seus corações e mentes. É fato, cada um o percebia com interpretações, inconfundivelmente, peculiares.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Para ser reinventado

                                                            Lecy Pereira Sousa
Todo mundo é genial
Todo mundo é genial
Todo mundo é genial
Todo mundo é genial

Andando na selva
Pintando o sete
Fechando a prova
Descendo a ladeira
Causando na net
Bombando na pista

Virando a esquina
Fugindo de nós
Traçando um sonho
De doce ou de sal

Todo mundo é genial
Todo mundo é genial
Todo mundo é genial
Todo mundo é genial

segunda-feira, 7 de abril de 2014

A arte de viajar e sobreviver

   Lecy Pereira Sousa

Tendo concluido a leitura de “Duas viagens ao Brasil”, escrito por Hans Staden e publicado nos idos (bote idos nisso) de 1557, numa terça-feira de Carnaval – algo tropicalmente sugestivo, o que devo dizer?

Seria legal se todos os brasileiros e brasileiras pudessem ler esse livro, mas é discutível se isso acontecerá nos próximos 500 anos, pelo fato de eu, mesmo, ter tido acesso ao livro em 2013. Considere, ainda, que  Hans Staden era um mercenário, curioso, viajando com plano traçado e sem um pingo de juizo, no sentido da temeridade. Um sujeito desbandeirar da Alemanha para uma gigantesca floresta selvagem (na visão dos europeus), no Século XVI, com intuito mais evidentemente comercial só podia ser ou louco, ou um homem cheio de fé em Deus. A propósito, ter fé em Deus ao ser feito prisioneiro por índios Tupinambás, canibais por excelência no trato com seus inimigos, seria uma questão de prudência.

Hans Staden escapou à mingau – e mingau era o que esses indígenas faziam para saborear todas as partes dos infelizes prisioneiros. Inclusive a flora intestinal.

Por um milagre, Hans Staden sobreviveu para contar a história, que muitas gerações devem ter lido com o
Hans Staden
mesmo ar de espanto que tal livro ainda provoca em quem o lê. Não deixa de ser um impressionante registro histórico da terra brasilis. Segundo o próprio Staden, esse livro é só um aperitivo do que ele vivenciou por essas bandas. É claro que esse relato fez com que os europeus pintassem o Brasil como um ninho de canibais. Na atualidade, não são poucos os que ainda pensam dessa forma.

Dividido em duas partes, trazendo capítulos com títulos quilométricos (uma característica literária daqueles tempos), essa edição da L&PM Pocket Descobertas tem a Introdução escrita por Eduardo Bueno, escritor e jornalista que tanto tem contribuido para desmistificar a gloriosa história da nossa pátria mãe gentil.

sábado, 5 de abril de 2014

Teorias de Guardanapo : Como divagar em 3 partes

(para adquirir o livro impresso)

(para adquirir o e-book)

domingo, 30 de março de 2014

Teorias de Guardanapo para caber no seu bolso


Com um trabalho de capa e diagramação do pernambucano Enoque Cardozo, Teorias de Guardanapo agora se ajusta ao bolso dos leitores para levá-lo aonde quiser.

Em promoção no Clube de Autores. Visite o site clicando no botão abaixo:

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sábado, 29 de março de 2014

GRAFITADA POÉTICA


 Artistas se unem em prol da educação ambiental; iniciativa buscar conscientizar a população para o descarte correto do lixo Quarta-feira, 02 de abril, a partir das 10h, o poeta Diovani Mendonça – idealizador Pão e Poesia – em qualquer esquina, em qualquer padaria – entre outros, realizará a segunda edição do projeto “Grafitada Poética, poesia entre pixels & outros dons”. A iniciativa, além de oferecer um workshop ao público infanto-juvenil e adultos a cinco bairros de Esmeraldas, busca conscientizar o cidadão, por meio da poesia e do grafite, para um grave problema ambiental acerca do lixo depositado em lugares públicos como, por exemplo, nas praças, pontos de ônibus e às margens das rodovias. E, entre as consequências dessas atitudes, os problemas decorrentes das enchentes a cada estação chuvosa.

 Sobre a ação, Diovani Mendonça acredita que a popularização da poesia é o melhor caminho para difundir e formar novos públicos interessados e de fato antenados na arte poética. Para ele, a intenção é “engravidar possibilidades para que delas nasçam rebentos multiplicadores que acreditam que ‘um outro mundo é possível, quando nos unimos em torno de um ideal para o bem do coletivo e não apenas do próprio umbigo”, enfatiza. A ideia surgiu após pichações em vários pontos do bairro Novo Retiro e no entorno. Contudo, ao invés de reprimir, os artistas acreditam na conscientização por meio do diálogo, da poesia e do grafite.

 Além de Mendonça, foram convidados: os grafiteiros Alberto Tadeu Moreira dos Santos, o ‘TOT”; Gabriela Souza Araújo, a “Biga, os artistas plásticos Henrique Dias e Iara Abreu e o coletivo Homem Arara que enviará participação de Florianópolis, SC. O desejo do artista é transformar a Rodovia LMG 808, a partir do trecho do quilômetro 15 até Contagem, num corredor onde possa ser ofertada a arte como ponto de partida às reflexões que podem iniciar a transformação do planeta a partir do nosso próprio quintal coletivo, quais sejam: os pontos de ônibus, becos, vielas, ruas, praças, o bairro, a cidade, entre outras áreas. Na ocasião, também será feito um mutirão de limpeza e revitalização do espaço, entre outras atividades.

 Sobre o grafite: Desde o império romano, o nome grafite (também conhecido como arte urbana) é dado às inscrições feitas em paredes. O grafite moderno surgiu no final da década de 60, paralelo à cultura Hip Hop, quando jovens norte-americanos restabeleceram esta forma de arte com spray, criando um novo estilo, colorido e muito mais rico no conteúdo das mensagens que eram passadas.
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 SERVIÇO - Data: Quarta-feira, 2 de abril de 2014.Horário: a partir das 10h Local: Rodovia LMG 808 – Km 15, na entrada dos condomínios Córrego da Cachoeira, Recanto da Serra e Turmalina. IMPORTANTE: os menores interessados em participar da oficina de grafite e poesia devem comparecer acompanhados dos pais ou responsáveis. No local, estes devem preencher documento autorizando a participação dos menores. Contatos para a imprensa: (31) 9776-7841 ou 9915-1286, com Diovani Mendonça.

sábado, 22 de março de 2014

Para pós-ler o mundo

Lecy Pereira Sousa


Como pós ler o mundo se sequer fazemos leituras rasas do tempo presente?

Estamos diante da, ou inseridos na novela gráfica da manhã-tarde-noite.

Houve um tempo em que, talvez, fosse possível fatiar o tempo e ele obedecia a essas rupturas.

Agora, já era. Imagine uma peça teatral onde tudo acontece numa linha do tempo inteiriça, sem espaço para qualquer tipo de reflexão, relegando essa capacidade privilegiada ao limbo? Conseguiu imaginar ou o alarme de uma nova mensagem inibe sua abstração? O que dizer do olhar ensaíta em “Apocalípticos e Integrados” do Umberto Eco. Isso é pouco revelador. Tudo é pouco revelador, diante da puta necessidade do explícito. Nada é para sensualizar. Tudo é para se enfartar. A impressão superficial é de que o deslimite anda em círculos. Todos jogando um pôquer fodido e quase todos blefando. Mas blefando com elegância. Blefando na crença pueril de estampar a capa da “Vanity Fair”. Blefando usando uma plataforma “Made in Cingapura” num galpão subnutrido qualquer. É a escravidão elegante. Uma espécie de servidão sorridente, cheia de uma esperança fria de dominar o mundo. O único tesão real (sem querer ofender vossa majestade balançando as joias) é o de dominar o mundo. O sexo? Essezinho é um mero produto com ou sem vibrador vendido no e-comerce da esquina.

Nesses tempos ininterruptos, diante da insuficiência da troca de fluidos com os pares, encontra-se nos melhores nichos do ramo ânus e vaginas portáteis para quem dispensa o combo inteiro: bonecas e bonecos que ocupam um espaço indesejado e dão trabalho para lavar. Parece muito submundo ou podre aos seus olhos? Acredite, estamos,apenas, no nível intermediário do prédio. Vai descer. E lembre-se, cara, de lástima em lástima não se constrói enredos notáveis. A não ser que você trabalhe para a indústria dos games. E pare com esse negócio de achar que quem escreve vive o que rabisca, cara. A culpa é desse hiper-realismo que dá um dedo médio para a fantasia e, geralmente,fica sem ele.

Pós-ler o mundo, implica esse tipo de sacanagem. Ler o que está dentro. Não. Não como bula na caixa doentia de drogas farmacêuticas, mas como um repetidor de alguma emoção. Algo que, definitivamente, os robôs jamais farão com essa galante imprecisão deserdada pelos cânones umbilicais.

Teorias de Guardanapo no Clube de Autores




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Breve Sinopse

Em meio ao mundo complexo, cabe ao guardanapo o papel de psicólogo dos dias embriagantes diante da lucidez. O autor convida você a "beber" esse livro de poemas em pequenas doses ou numa talagada só. Você decide. E safo como tal, após vários tragos verbais, surge um brinde: "Em meio a tanta inteligência/Nesse mar de gente sabida/Pseudosei um monte de coisa alguma."