sexta-feira, 28 de junho de 2013

domingo, 23 de junho de 2013

O olho da rua

Lecy Pereira Sousa

Há poucos dias ouvi sem querer, numa conversa de rua, dois jovens falando como alguns torcedores são mal informados e são capazes de matar torcedores rivais por causa do seu time "do coração". Um dos rapazes disse que um craque do time A fez aniversário e, simplesmente, 8 jogadores do time B estavam na festa de aniversário do craque do time A rindo, se divertindo e pegando muita mulher (foi assim que eu ouvi). Enquanto torcedores "pagam" qualquer mico para ver seus ídolos e são capazes de tirar a vida de outros que não vestem a mesma camisa.


Na política, eu cansei de ouvir histórias comprovadas de líderes políticos de oposição e de situação que fazem churrasco todo fim de semana, cheiram cocaína juntos, riem dos militantes que carregam bandeirinhas na rua juntos e, pasmem, até fazem sexo juntinhos (existe sexo verbal também). Porém, quando vão para a televisão, o lado teatral entra em ação e eles invocam todos os mentores políticos de direita, esquerda, centro e de esquina. Enquanto o militante de bandeirinha, aquele que tem uma vaga noção do que seja, de fato, o poder é capaz de derramar seu sangue, derramar o sangue alheio em nome da "ideologia partidária" e ambos não serão atendidos no Hospital Sírio Libanês. Quantos militantes partidários (os que vão ás ruas) têm atendimento médico de qualidade??? Será que os líderes partidários vão ao SUS quando estão doentes??? Mas a utopia é lutar para isso num futuro distante e não agora quando as pessoas realmente precisam.

Longe de mim ser contra as correntes filosóficas. O cidadão precisa de todas elas para formar seu pensamento político. Eu, por exemplo, leio de tudo, mas precisamos ter um eixo que não se deixa levar pela paixão cega em favor de ideologias partidárias que são naturalmente utópicas (boas ações em favor de muitos são feitas por partidos diferentes e por gente que nunca participou de partido algum), uma vez que o poder corrompe (e não se trata de uma frase de efeito). Há também pessoas que sempre foram coerentes com seus ideais partidários e respeitam o que destoa disso.

Uma coisa precisamos considerar: é legítimo o cidadão ir às ruas com ou sem bandeirinha. Os "bandidos" acabam sendo identificados. Nos tempos atuais não é uma televisão que manda no pensamento alheio. Isso tem preocupado os atores e atrizes da política.