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segunda-feira, 22 de abril de 2013
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domingo, 14 de abril de 2013
A dor do amor
O Projeto "Leitura para todos" é uma iniciativa da UFMG que disponibiliza textos de autores diversos em linhas de ônibus urbanos.
Posso dizer que tive o privilégio de ver alguns dos meus escritos circulando pela cidade. Considero fantástica essa ideia de literatura em transito e em transe.
Bom seria se mais cidades copiassem essa ideia. Leitura para todos.
Conheça outros trabalhos desse autor:
http://www.otempo.com.br/o-tempo-contagem/escritor-de-contagem-lan%C3%A7a-trabalho-em-e-book-1.1031263
http://revolucaoebook.com.br/produto/o-azul-em-movimento-outros-sentidos-isbn-9781942159902/
http://www.bookess.com/read/15987-trilogia-do-poema-bruto/
Posso dizer que tive o privilégio de ver alguns dos meus escritos circulando pela cidade. Considero fantástica essa ideia de literatura em transito e em transe.
Bom seria se mais cidades copiassem essa ideia. Leitura para todos.
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sábado, 13 de abril de 2013
Trilogia do Poema Bruto de Lecy Pereira na editora Bookess
"...Ser picture in picture
Viagem ao sabor da náusea
Submersos permanecemos
No mar vermelho dos nossos impulsos
No mar de lama dos nossos insultos
Nas ondas revoltas das ressacas
Ondas espumantes verde oliva
Esses versos que nunca se encaixam..."
Para comprar esse livro e recebê-lo em casa clique:
http://www.bookess.com/read/15987-trilogia-do-poema-bruto/
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terça-feira, 9 de abril de 2013
O autor está nu em Arroubos e Rompantes
O autor está nu
Por fim, posto que não poderia
ser por inicio, acabei de ler o meticuloso "Primeiros Versos - Uma
Academia" do duque das letras de Contagem (a alcunha é de minha invenção),
Vinícius Fernandes Cardoso.
Nada me tira da cabeça que o
referido autor seja uma espécie de reencarnação de um membro de família nobre e
com brasão a desfrutar do bem querer na Corte Portuguesa nos idos ( e botem idos nisso) do Século XV.
Enquanto escrevo ressalto que
estou assentado em uma cadeira com rodinhas e assento estofado, no estilo
superintendente e beberico uma taça de vinho Pérgola que descansa sobre uma
mesa de granito que suporta meu notebook ligado e baixando um e-book via
torrent - nada mais politicamente incorreto. Eu, mesmo, estou usando uma caneta
esferográfica e um pequeno caderno espiralado. Vá entender.
Descontando a ação estimulante da
bebida industrializada procuro rememorar o que li. E, ainda, que o autor fique
cheio de brejeirices desnecessárias, no afã de justificar, o tempo todo, o teor
daquilo que será lido sabe-se lá por quais olhos interessados (os meus, por
exemplo), procuro avaliar (palavra cretina) sem qualquer ressalva o resultado
bruto desse formato. Fato é que eu tive contato com alguns dos textos em outros
momentos e de forma esparsa. Sequer naqueles momentos censurei o autor.
A mim pouco importa se são versos
de principiante ou veterano. Busco essência naquilo que leio. Um tipo de
essência que extrapola o vade mecum
acadêmico como sói acontecer ou por similitude. Não que exista nessa postura
sinais de uma rebeldia romântica ou desprezo pelas "normas"
seculares.
O grande "problema" da
literatura é o de o (a) leitor (a) tomar aquilo que lê por verdade absoluta,
sem qualquer possibilidade de abstração, ainda que ela esteja a olhos vistos.
Nesse caso, o (a) autor (a) é um (a) miserável, considerando que ele (ela)
redige tudo ao seu bel prazer. O Brasil foi, primeiramente, descrito por Pero
Vaz de Caminha que bem poderia ter redigido um diário de bordo retratando o
aspecto humanista de tão pitoresca frota, mas ateve-se aos autos. Então,
estamos diante de um problema insolúvel? Nem tanto. Insolúvel, de fato, é a
pouca vergonha na "cara" de quem "heroicamente" (por favor,
não me condene à forca pelo excesso de aspas) se propõe a escrever. Veja o que
os hebreus fizeram com a humanidade (que Deus se apiede da minha pobre alma)
sob premissas verdadeiras. Mais adiante no tempo vimos o que um homem eivado de
loucura fez com o povo judeu, sob falsas premissas. E hoje há quem tenha a
desfaçatez de afirmar, em público, que o fato último não passa de ficção (algo
sobre o que há farta documentação escrita e algumas imagéticas, além das
sepulturas coletivas). Daí o abacaxi acaba ficando para os leitores que
precisam usar de abstração, um recurso tão escasso no "pobre" Século Vinte e Um, salvos os amantes do gênero
fantasia (esses sabem o que significa viajar pelas palavras).
Retornemos ao autor que é um
"pobre coitado" e saberá usar de abstração ao ler essa minha
afirmação entre aspas. Eu que também escrevo e padeço dos mesmos adjetivos.
Na maioria dos poemas desse livro
ouso escrever que o eu lírico não é contemporâneo, se por contemporâneo
entendemos o que acontece no hiato que vai do nosso surgimento ao nosso
desaparecimento biológico. Se, como o poeta afirma, tais versos são imaturos, a
mim soam como uma imaturidade arquitetada. Aqui lemos poemas que mais se
assemelham a sonetos que fogem a regra obrigatória. Pode isso assemelhar-se a
uma anarquia, considerando o advento (kkkkk) da Semana de Arte Moderna (ou a
legitimação da panela aristocrática paulistana de antanho). Os versos de
Vinícius Fernandes Cardoso perpassam uma melancolia ácida (o que seria uma cor
local típica dos poetas da época da peste- viver quarenta anos, então, era um
milagre rejubilante), um "negócio" entre o estoico e o cínico no
sentido primeiro desta palavra. Ao mesmo tempo estamos diante do eu lírico da
corte que nos empresta seu olhar diplomático e humanístico que, ora nos
esbofeteia com luva de pelica rosa, ora nos acaricia com luva de agulhas.
Acredito que o próprio poeta
afirmar que seus poemas são ruins soa pretensioso. Também afirmar que os maus
poemas são os mais sinceros é opinião de foro íntimo - nesse caso refiro-me à
citação usada pelo poeta. Uma tentativa piegas de desestabilizar os leitores.
Considere a possibilidade de quem ler andar poderosamente armado e pronto para
receber as terceiras intenções do poeta. Alguns editores e escritores teimam em
tratar leitores em geral como seres descompensados incapazes de alcançarem o
reino de ambrosia onde residem os "pobres coitados". Didatismo
excessivo emana ranço acadêmico que é sempre bonitinho e aprazível entre pares,
mas dispensável entre leitores de todas as paragens. Nem, por isso, é menos
autêntica uma manifestação literária. Deficiência autoral, quem não as tem?
Voltemos aos poemas juvenis de
Vinícius Fernandes Cardoso, que nos premia com determinados versos e estrofes de difícil esquecimento. A saber:
"Talvez foi de tanto buscar longe,/reis, safiras, impérios e rubis,/que
não percebi demente,/que minhas joias estavam aqui." Nota-se também o
impacto em "...e assim vamos adiando a maior luta: a interior,/até que
chegue a maior fuga: a morte."
Somos pegos também em versos
existencialistas: "Sou o rancor de uma noite morta?/Sou o desespero da
rejeição impiedosa?/Sou a fome dos momentos que me negam?/Sou o deus derrotado
do meu mundo?"
Mais adiante o autor rompe com o
suposto formalismo e joga-se em "Anti-palavra, contracultura", “Ode à
Distração” e “Odisséia Imaginária...” - o livro seguiu a ortografia antiga-,
entre outros rompantes”. Vale lembrar que tais poemas requerem dissertações
mais específicas.
Como aqui fui convidado a fazer
um prefácio e não um ensaio, eu deixo aos leitores todas e quaisquer impressões
acerca desse livro onde o autor se despe, mas adverte sabiamente, caso alguém
queira fechar os olhos antes ou cobri-los com a mão deixando um espaço entre os
dedos.
Senhoras e senhores, o poeta está
nu!
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