sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Pelas esquinas de La Mancha

                                                                                                                          
©Lecy Pereira Sousa

É difícil saber priorizar quando tudo é prioridade, pelo menos no que se refere ao momento presente. 

Às vezes, "as coisas" transcorrem em ritmo de marasmo, mas tem hora que tudo parece estar(SIC) acontecendo conforme o jargão da produção administrativa, ou seja, just in time.
Daí eu me pergunto: e o escrever? Há um tempo de maturação (não confundir com masturbação, mas se confundir é um problema seu), reordenar as ideias, assimilar acordos ortográficos, entender as exigências sociais do momento em termos de produção textual. 

As letras e as palavras são as boas amigas de sempre, silenciosas, expectantes. Paralela a elas, as palavras, a vida como ela é sem um enredo de Nelson Rodrigues. A realidade social na qual vivemos vê a dança das palavras com estranheza quando essas palavras não narram individualidades, mundos específicos. Ainda, insisto na tese virtual de que cada cérebro é um mundo diverso. Nem sempre burilamos textos em sintonia com esses mundos, esses planetas. Ler e decodificar são cidadelas separada por um abismo, mas ligadas por uma ponte de cipós oscilantes. Tenso, assim. 

Avançar na leitura de mais um romance sobre Alexandre, o grande, escrito por Valerio Massimo Manfredi e com ilustração de capa feita por Milo Manara ou concluir a leitura de uma apostila quilométrica sobre Logística Empresarial ou focar em determinados projetos literários? Existir também é seguir por uma via de mão quíntupla. Há casos de mãos sêxtuplas. Prender-se a conceitos reducionista é algo por de mais pueril. 

Escrever nem sempre se explica, se escreve. Ainda que para a vida essa não seja sempre uma prioridade.

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