Boris Casoy e os garis... polêmica!
Parece que desta vez a máscara caiu mesmo.
O honrado e gabaritado apresentador televisivo
Boris Casoy, ao qual sempre levamos às sério –
com o bordão “Isto é uma vergonha” - desde que
nos entendemos por gente (lembrar que o Casoy
ficou famoso no SBT, onde estreou em 1988) foi
pego em fragrante – em rede de TV – humilhando
os garis que desejavam – candidamente – um Feliz
Ano Novo aos telespectadores.
Todo mundo ficou chocado! O jornalista a humilhar
os pobres garis (“do alto de suas vassouras”)
enquantoo áudio permanecia aberto (erro técnico??)
no intervalo do Jornal da Band, em 31 de dezembro.
É um 'sujeito elitista' dizem uns, ou então 'um
preconceituoso', dizem outros. Mas ninguém
procurou contextualizar o 'oh, shit!' do Casoy...
Primeiro, o Casoy não gostou do “Feliz Ano Novo”
dos garis. Ele, um jornalista, um intelectual, a receber
votos de felicidade de uns 'desclassificados', uns
sujeitos na 'base da estrutura social', no lugar
“mais baixo da escala do trabalho”... Não pode!
Os garis tinham mais é 'que se enxergar'!
Segundo, que a própria condição dos garis é
irônica. Trabalhadores que realmente trabalham,
exaustivamente, e por isso, menos considerados
(pois na verdade, veneramos os que não trabalham)
e a sofrerem todo tipo de humilhação. São
rebaixados, em indignidades, e ainda ofertam
votos de Feliz Ano Novo! É mesmo patético!
Contudo, o jornalista Casoy foi mesmo infeliz.
Mesmo que entendamos o sentimento dele.
Expressou-se pessimamente (ainda mais para
um 'profissional da comunicação') e vai pagar
o preço – quem vai levar o jornalista à sério
a partir de agora?
Depois de militar no CCC lá no Mackenzie,
escalar postos de direção durante a Ditadura
Militar, perguntar se FHC era ateu, divulgar o
escândalo do Mensalão e o Fora Lula!, de sair
da Record (do nosso futuro presidente Edir Macedo...)
e abrigar-se na Band, Casoy é finalmente desacreditado.
Agora, convenhamos, ninguém tocou na real
ferida: É PRECISO HAVER GARIS? É preciso que
exista toda uma classe de pessoas pobres que
trabalhe até a exaustão, a comer um marmitex frio
no meio da rua, a viver de forma indigna, para manter
as nossas ruas e praças limpas? Por que não podem
os próprios cidadãos limparem suas calçadas?
O problema todo é a 'divisão de trabalho' que condena
alguns a trabalharem de forma indigna (para não
morrer de fome...) enquanto outros vivem comoda-
mente diante de monitores numa sala com ar
condicionado...
A divisão entre administradores e executores,
entre patrões e empregados, onde uns mandam e
outros obedecem (e quem não obedece é demitido,
vai passar fome, vai morrer na miséria!) Enquanto
louvamos os comandantes, desprezamos os comandados.
“Mas alguém precisa fazer o trabalho sujo!”, os
acomodados dizem. Claro! Desde que não sejam
eles, confortavelmente no ambiente refrigerado!
Claro que é necessária toda uma transformação
social para que NÃO EXISTAM GARIS - mas quem
deseja tal revolução? Os garis? Parece que não,
afinal de contas, eles nos desejam um Feliz 2010
e muitas realizações - enquanto eles continuam
a engolir o marmitex frio debaixo de uma barraca
de lona...
jan/10
Leonardo de Magalhaens
Mais sobre o episódio Boris X Garis em
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=571FDS004
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=571FDS002
http://www.fabiocampana.com.br/2010/01/boris-casoy-comete-gafe-ao-ofender-garis-no-jornal-da-band/
E sobre o lado 'direitista' do jornalista em
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2003/07/259779.shtml
http://midiagolpista.blogspot.com/2008/05/preciso-passar-o-boris-casoy-limpo.html
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