quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

O Caso Casoy - continuações

Boris Casoy e os garis... polêmica!






Parece que desta vez a máscara caiu mesmo.

O honrado e gabaritado apresentador televisivo

Boris Casoy, ao qual sempre levamos às sério –

com o bordão “Isto é uma vergonha” - desde que

nos entendemos por gente (lembrar que o Casoy

ficou famoso no SBT, onde estreou em 1988) foi

pego em fragrante – em rede de TV – humilhando

os garis que desejavam – candidamente – um Feliz

Ano Novo aos telespectadores.





Todo mundo ficou chocado! O jornalista a humilhar

os pobres garis (“do alto de suas vassouras”)

enquantoo áudio permanecia aberto (erro técnico??)

no intervalo do Jornal da Band, em 31 de dezembro.

É um 'sujeito elitista' dizem uns, ou então 'um

preconceituoso', dizem outros. Mas ninguém

procurou contextualizar o 'oh, shit!' do Casoy...









Primeiro, o Casoy não gostou do “Feliz Ano Novo”

dos garis. Ele, um jornalista, um intelectual, a receber

votos de felicidade de uns 'desclassificados', uns

sujeitos na 'base da estrutura social', no lugar

“mais baixo da escala do trabalho”... Não pode!

Os garis tinham mais é 'que se enxergar'!





Segundo, que a própria condição dos garis é

irônica. Trabalhadores que realmente trabalham,

exaustivamente, e por isso, menos considerados

(pois na verdade, veneramos os que não trabalham)

e a sofrerem todo tipo de humilhação. São

rebaixados, em indignidades, e ainda ofertam

votos de Feliz Ano Novo! É mesmo patético!





Contudo, o jornalista Casoy foi mesmo infeliz.

Mesmo que entendamos o sentimento dele.

Expressou-se pessimamente (ainda mais para

um 'profissional da comunicação') e vai pagar

o preço – quem vai levar o jornalista à sério

a partir de agora?





Depois de militar no CCC lá no Mackenzie,

escalar postos de direção durante a Ditadura

Militar, perguntar se FHC era ateu, divulgar o

escândalo do Mensalão e o Fora Lula!, de sair

da Record (do nosso futuro presidente Edir Macedo...)

e abrigar-se na Band, Casoy é finalmente desacreditado.





Agora, convenhamos, ninguém tocou na real

ferida: É PRECISO HAVER GARIS? É preciso que

exista toda uma classe de pessoas pobres que

trabalhe até a exaustão, a comer um marmitex frio

no meio da rua, a viver de forma indigna, para manter

as nossas ruas e praças limpas? Por que não podem

os próprios cidadãos limparem suas calçadas?

O problema todo é a 'divisão de trabalho' que condena

alguns a trabalharem de forma indigna (para não

morrer de fome...) enquanto outros vivem comoda-

mente diante de monitores numa sala com ar

condicionado...





A divisão entre administradores e executores,

entre patrões e empregados, onde uns mandam e

outros obedecem (e quem não obedece é demitido,

vai passar fome, vai morrer na miséria!) Enquanto

louvamos os comandantes, desprezamos os comandados.

“Mas alguém precisa fazer o trabalho sujo!”, os

acomodados dizem. Claro! Desde que não sejam

eles, confortavelmente no ambiente refrigerado!









Claro que é necessária toda uma transformação

social para que NÃO EXISTAM GARIS - mas quem

deseja tal revolução? Os garis? Parece que não,

afinal de contas, eles nos desejam um Feliz 2010

e muitas realizações - enquanto eles continuam

a engolir o marmitex frio debaixo de uma barraca

de lona...





jan/10





Leonardo de Magalhaens









Mais sobre o episódio Boris X Garis em

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=571FDS004

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=571FDS002

http://www.fabiocampana.com.br/2010/01/boris-casoy-comete-gafe-ao-ofender-garis-no-jornal-da-band/





E sobre o lado 'direitista' do jornalista em

http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2003/07/259779.shtml

http://midiagolpista.blogspot.com/2008/05/preciso-passar-o-boris-casoy-limpo.html

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