sobre “Peter Pan” (ou “Peter and Wendy”, 1911)
do autor escocês Sir James M Barrie (1860-1937)
Literatura enquanto Fantasia
Parte 3 – Peter Pan
Nas partes anteriores, foi discutido a Fantasia e o
Maravilhoso em “Alice no País das Maravilhas”, quando
fenômeno aceito sem hesitações, como algo 'natural',
também a Fantasia enquanto a realização (ou satisfação)
de um desejo de posse de algo que as personagens
possuem e nem sabem disso, na leitura de “Mágico de
Oz”. Em “Peter Pan” pode se encontrar o desejo de algo
fora, uma vontade acima do dever, a busca de outro (tal
qual na 'fantasia sexual', em busca de um Objeto de
satisfação). Assim é, pois o menino Peter, ou Peter Pan,
tem o arraigado desejo de não crescer, uma vontade
férrea de ser sempre criança.
Ser criança, conservar a infância, não ficar adulto, não
envelhecer. Fisicamente em florescência. Mas, principal-
mente, não ter responsabilidades, não entrar no 'mundo
adulto', não ser 'domesticado'. Uma criança enquanto
ser de impulsos, fartura de energia, olhar de curiosidade,
vontade de potência, egocentrismo inocente, pedantismo
ingênuo.
Ou criança para viver num mundo imaginado, re-criado
ao gosto e (in)conviniência, dado de antemão em sonhos
(e pesadelos), re-estruturado em palavras de contos e
recontos, e pronta para viajar (sim, voando!) para este
mundo imaginado. Um mundo ao qual somente as crianças,
curiosas, inventivas, inocentes, ingênuas, de pensamento
leve, enfim, raríssimas, têm acesso.
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