sábado, 29 de agosto de 2009

Dia logo na noite

De quando em quando
da penumbra
surgem dia logos
luminares.

(ao poeta português José-Alberto Marques)



segunda-feira, 24 de agosto de 2009

opa! Enc: Zafra Nova // Tropofonia // segunda-feira / 23h










 
 
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TROPOFONIA
Belo Horizonte

...um laboratório de sons e palavras...


24/08               Zafra Nova


Leonardo de Magalhaens (Brasil)

Golgona Anghel (Rumania)

Leandro Llull (Argentina)

Entrevista com  Neuza Ladeira


segunda-feira às 23h


Rádio UFMG Educativa 104,5. Ouça aqui



"eu acho que nós, todos os seres humanos comemos muitos sonhos. eu comi o sonho da ideologia de achar que o mundo é de todos e o mundo é para todos. alias, ainda continuo achando. vou morrer com essa leve ingenuidade" Neuza Ladeira

 

"e um dia pensei: atrever-me-ei alguma vez a tocar-te os joelhos,

esses satélites lunares presos na conjunção

da diáfise com as epífises

poderei eu com estas mãos

subir sendas de seda debaixo das tua saia solitária

serei capaz de aplicar um dia sanções na jurisdição do teu seio esquerdo,

eu que agora nem me atrevo a colocar uma multa no pára-brisas do teu sorriso"

Golgona Anghel

 

"a arte, percebemos, é todo desabafo que possibilita criar o inexistente, ou simular o impossível, ou sugerir o condenado, ou doutrinar o ignorante, ou prever o indizível. enquanto houver insatisfação ou carência humanas haverá artistas, e estes produzirão coisas, textos, imagens, que serão denominadas arte ou não, estéticas ou não, engajadas ou não, mas invariavelmente chocantes, imprevistas, sem rotulação, sem outro motivo além de si-mesmas, sem qualquer lógica ou limite. por que? porque ser a arte humana, demasiadamente humana."

Leonardo de Magalhaens


"Me dieron con palabras y con puños

en las canchas y en los patios

los niños, profesores y maestros.

Me dieron con los clavos en las manos

alto en la cruz de los recreos.

¿Por qué, sepultando mi nombre entre insultos,

atado al mástil,

dejaron mi cuerpo lacerarse al viento?

Porque alto en la cruz de los recreos

te dieron con la furia

de las casas sin jardín."

Leandro Llull

 


RADIO – ARTE – SONIDOS – PALABRAS – SILENCIOS – AUTORES

TROPOFONIA

 UN LUGAR, UN NO LUGAR, UNA EXPERIENCIA DEL LENGUAJE


www.tropofonia.com.ar


 


sábado, 22 de agosto de 2009

PROJETO CAVUCO – Encontro Marcado com Mestre Conga e o seu Aprendiz Gibran Muller. Domingo, 10h, no CCSB.



PROJETO CAVUCO – Encontro Marcado com Mestre Conga  – Sambista.
 
Vivência e saberes Mestre Sambista – Mestre Conga - e seu aprendiz de Cavuco, o percussionista e compositor, Gibran Muller.

O projeto piloto "Ação Cavuco - Mestres, Cavucos e Aprendizes" procura reconhecer os Mestres de vários ofícios e a sua contribuição na história (e estórias) de suas comunidades – patrimônio cultural da periferia e cidade de Belo Horizonte – articulando ações que envolvem uma pesquisa no âmbito da oralidade (saberes, afazeres e memória) e a execução de um processo de vivência artístico-cultural.

Dia 23/08, domingo, às 10h, no Centro Cultural São Bernardo.
Rua Edna Quintel, 320 – Bairro São Bernardo
Belo Horizonte MG – Tel.: 31 3277 7416

Assista o mini video de apresentando o Mestre Conga e seu Aprendiz Gibran Muller.

endereço Eletrônico (Blog):

http://cavucos.blogspot.com/





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Reflexões do agora

Por ocasião do lançamento do terceiro CD(Chiaroscuro), de uma carreira meteórica de sucesso principalmente entre o público adolescente, a cantora e compositora baiana Pitty disse a um jornal diário que vivemos numa sociedade onde as pessoas têm medo de dizer o que pensam e a fala soar "careta" ou fora do tom da tribo.

A MTV Brasil transformou Pitty em mais um entre tantos símbolos de uma era vazia e de bandeiras, no mínimo, contraditórias. Diversas perguntas podem ser elaboradas a partir daquela afirmação. As pessoas têm medo de dizer o que pensam ou não pensam e nada têm a dizer? As pessoas têm tempo para pensar num tempo cheio de comunidades virtuais que só aproxima, de fato, pessoas com afinidades sexuais? As pessoas querem, mesmo, pensar ou essa é uma exigência de uma minoria aborrecida que só faz pensar sem jamais tomar ações válidas por medo de errar e cometer gafes em praça pública virtual? É possível fazer discurso padronizado num país de inculturações tão diversificadas?Toda banda tem mesmo obrigação de escrever letras que façam os fãs pensarem? Adolescentes pensam ou reagem?

Pitty disse, ainda, que seu negócio é meio existencialista. Ela pode ter lido Sartre e Simone de Beauvoir. Algumas de suas letras trazem citações filosóficas sem qualquer intensão de aprofundar coisa alguma, mas confere alguma legitimidade ao seu trabalho artístico. Que utilidade esse texto pode ter para você? Todo e qualquer texto tem a obrigação de ser útil? A praticidade ou a subjetividade tem melhorado a nossa forma de perceber o próximo no tocante a tolerância, respeito aos direitos e deveres, liberdade de expressão, etc.? Amar ou odiar artistas dos mais diversos matizes tem resolvido nossos problemas existencialistas? Sociedade é só aquilo que você pensa (ou não) e ponto final?

A verborragia e o silêncio são tendências bastante humanizadas e isso não significa auto-ajuda para ninguém. A não ser que nos identifiquemos com isso ou aquilo. É bom pensar um pouco a respeito, mas alguém pode achar essa uma péssima idéia. Contudo, vamos ao pó e isso não significa um convite velado a artifícios alucinógenos - bem entendido.

P.S.: Segundo a Nova Lei a palavra idéia pode ser escrita com acento até o fim de 2010. Quero aproveitar ao máximo.





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segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Aline se lança no Hall


Os Imortais segundo Harry

OS IMORTAIS

Dos vales terrenos

Chega até nós o anseio da vida:

Impulso desordenado, ébria exuberância,

Sangrento aroma de repastos fúnebres.

São os espasmos de gozo, ambições sem termo,

Mãos de assassinos, de usuários, de santos,

O enxame humano fustigado pela angústia e pelo prazer.

Lança vapores asfixiantes e pútridos, crus e cálidos,

Respira beatitude e ânsia insopitada,

Devora-se a si mesmo para depois se vomitar.

Manobra a guerra e faz fugir as artes puras,

Adorna de ilusões a casa do pecado,

Arrasta-se, consome-se, prostitui-se todo

Nas alegrias de seu mundo infantil;

Ergue-se em ondas ao encalço de qualquer novidade

Para de novo retombar na lama.

Já nós vivemos

No gelo etéreo transluminado de estrelas;

Não conhecemos os dias nem as horas,

Não temos sexos nem idades.

Vossos pecados e angústias,

Vossos crimes e lascivos gozos,

São para nós um espetáculo como o girar dos sóis.

Cada dia é para nós o mais longo.

Debruçados tranqüilos sobre vossas vidas,

Contemplamos serenos as estrelas que giram,

Respiramos o inverno do mundo sideral;

Somos amigos do dragão celeste:

Fria e imutável é nossa eterna essência,

Frígido e astral o nosso eterno riso.

Harry, personagem de Hermann Hesse (escritor alemão) em "O Lobo da Estepe", edição de 2009.

Minas são máximas


Uma Flor Cabocla


sábado, 15 de agosto de 2009

O verbo da rua

Santa Paciência♀

☺ Esperamos ♂

Que palavras errantes

Nos acertem ◄

Bem no meio da rua

Nada mal α

╬Nada mau

Nada mal ☻

Nada mau

Tudo bem

Tudo bom

Tudo bem

Tudo bom.

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A guerra pela audiência


No Brasil o negócio funciona da seguinte forma: quando a briga envolve cifras bilionárias e poder de comunicação tudo acaba em pizza (ou em algumas azeitonas para apagar arquivos vivos e pobres, geralmente quem sabe muito e pode servir de testemunha é pobre e não pode comprar advogados).

A atitude mais comum é o arquivamento de processos, posto que os juízes também têm medo de levar bala ou sofrer um acidente na calada da noite. Na Itália é comum juizes irem para o espaço por defenderem a lei. Portanto, o Natal vem aí e depois o Carnaval e tudo acabará numa farra absurda e o negócio é mandar a tristeza embora porque a venda de cerveja não pode parar e a safadeza também não. Que saudades do Gregório de Matos. Eita poeta sábio!

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Lançamento livro Praça 7




Convite

 

Lançamento do livro Poesia na Praça Sete – 1ª e 2ª Edição*.

Com os poetas participantes da 1ª e 2ª edição, do projeto "Poesia na Praça Sete", idealizado pelos poetas Rogério Salgado e Virgilene Araújo e realizado com os benefícios da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte, ocorridas entre novembro/2006 a janeiro/2007 e agosto/2008 a janeiro/2009.

Dia 21 de agosto de 2009 - de 15 ás 18 horas, na Praça Sete de Setembro -  quarteirão fechado entre a Rua Tamóios e Av. Afonso Pena.

 

Estarão se apresentando os poetas Deivid Junio e Luiz Leite. Nas Metáforas Poéticas – Sonoras e Criativas estará se apresentando Jackson Abacatu e convidados.

 

*Poetas participantes do livro: Rogério Salgado, Virgilene Araújo, Cláudio Bento, Deiwson Magalhães, Graça Faisão, Heleide O. Santos, J. Franco, Jimi Vieira, Ênio, Júlio Emílio Tentaterra, Lis Monteiro, Lívia Tucci, Luiz Edmundo Alves, Márcia Simões, Marco Llobus, Milton César Pontes, Olegário Alfredo, Paulinho Andrade, Paulo César Barros, Ricardo Evangelista, Rodrigo Leste, Rodrigo Starling, Rosa Helena, Sidney do Carmo, Tânia Diniz, Terezinha Romão, Wagner Torres, Wilmar Silva, José Antônio Inácio, Wanderson Nov@ato, Wendell Quirino Pereira, Acácio Luiz Lopes, Jean Carlos, Santiago Dias, Cida Araújo, Adalgisa Manoel, Ana Alcântara, Toninho Leroy, Marco Alexandre, Eliane Fernandes, Luiz Antônio Leite, Márcia Araújo, Cláudio Márcio Barbosa, Guilherme Thiago, Luana Dandara, Valdinei do Carmo,Brenda Mar(que)s Pena, Jotagê, Dulce Batista, Bilá Bernardes e Said Oliveira.

 



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terça-feira, 11 de agosto de 2009

Um supermercado na Califórnia

ALLEN GINSBERG


A SUPERMARKET IN CALIFORNIA


Um supermercado na Califórnia

Como estive pensando em você, esta noite, Walt Whitman,
enquanto caminhava pelas ruas sob as árvores,
com dor de cabeça, consciente, olhando a lua cheia.

Em minha fadiga faminta, no shopping das imagens,
entrei no supermercado das frutas de néon, sonhando com
tuas enumerações.!


Que pêssegos e que penumbras! Famílias inteiras fazendo
suas compras à noite! Corredores cheios de maridos!
Esposas entre os abacates, bebês nos tomates! - e
você, García Lorca, o que fazia lá, no meio das melancias?

Eu o vi, Walt Whitman, sem filhos, velho vagabundo solitário,
remexendo nas carnes do refrigerador e observando
os garotos da mercearia.

Ouvi-o fazendo perguntas a cada um: Quem matou as costeletas
de porco? Qual o preço das bananas? Será você meu Anjo?


continua em http://leoleituraescrita.blogspot.com/