segunda-feira, 16 de junho de 2008

Terças Poéticas no Palácio das Artes - BH




Projeto Terças Poéticas recebe

Diovvani Mendonça e Guido Boletti

em homenagem a Giuseppe Ungaretti

 

O projeto de leitura, vivência e memória de poesia Terças Poéticas – realização da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais, parceria entre Suplemento Literário e Fundação Clóvis Salgado, apoios culturais Rádio Inconfidência e Rede Minas de Televisão –, recebe na próxima terça poética, 17 de junho de 2008, às 18h30, nos jardins internos do Palácio das Artes, entrada franca, o poeta Diovvani Mendonça e o artista plástico Guido Boletti, em homenagem a Giuseppe Ungaretti.

Diovvani Mendonça 

Diovvani Mendonça tem 44 anos e é natural de Belo Horizonte. Trabalha como Analista de Sistemas em Contagem e atualmente mora em um sítio em Esmeraldas onde criou a Árvore de Poemas (www.arvoredospoemas.blogspot.com), que consiste em colocar folhas de papel com poemas dentro de garrafas PET (frutos-poemas) e coloca-la nas árvores. Em sua biografia constam apresentações em palestras, participações em publicações, projetos culturais e discos, além da manutenção de blogs voltados para a poesia como o www.diovmendonca.blogspot.com e o www.paopoesia.blogspot.com. Em 2008, além de encabeçar o projeto Pão e Poesia Diovvani pretende colocar em prática na região metropolitana de BH o projeto "Margarida, poesia em movimento – uma injeção de poesia nas artérias da realidade". Margarida, é uma velha Rural Willis 73 com a qual ele pretende parar nas praças juntamente com outros artistas e ler poemas, promover lançamentos e oferecer livros gratuitamente para as pessoas. Para viabilizar essa idéia ele quer estabelecer parcerias e convida as pessoas e empresas interessadas a fazerem contato. No segundo semestre de 2008, Diovvani e o poeta Lecy Pereira Sousa, realizarão o "1º VIVA POESIA, POESIA VIVA" em prol da revitalização do Parque Fernão Dias, que fica próximo a PUC CONTAGEM.

Guido Boletti

Guido Boletti, artista plástico milanês, propõe a aproximação com o público durante o ato criativo da pintura em shows musicais, teatrais e intervenções de artes plásticas. No Terças Poéticas Minhas Gerais, no dia 17 de junho, a pintura e a poesia conviverão. A obra iniciada no dia 12 de junho se desenvolverá em duas sessões diárias de pintura ao vivo, para a criação de uma grande tela, que será finalizada no sarau do poeta Diovvani Mendonça, contagense de origem italiana. Os dois artistas, que já são parceiros no projeto cultural Pão e Poesia, constroem uma ponte cultural com sua expressão máxima no Terças Poéticas, quando declamarão poemas em português e italiano.

Giuseppe Ungaretti

Giuseppe Ungaretti, que nasceu em Alexandria, no Egito, em 1888, de pais italianos. Em 1936, Ungaretti veio para o Brasil onde deu aulas de literatura na então recém-criada Universidade de São Paulo. Quando retornou à Itália continuou lecionando na Universidade de Roma. Com Salvatore Quasimodo (1901-1968) e Eugenio Montale (1896-1981) formou a mais alta trindade da poesia italiana no século XX. Ungaretti faleceu em Milão em 1970.

                    

Diovvani Mendonça: 31 9776 7841

diovvani@yahoo.com.br  



projeto no parque




poetas e escritores,
 
Existe um projeto no parque municipal e que é realizado na arena onde ficam os bustos dos idealizadores do parque. Parece uma arena de teatro.

 

Lá é realizado todo segundo domingo de cada mês o sarau poético SEMENTES DE POESIA. É organizado pela Regina Melo e se você quiser participar, o próximo é dia 13 de julho, domingo, a partir das 10 horas da manhã. E já participei dos meses de maio e junho. Muito legal pra quem curte poesia.
 
um abraço,
javert


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Visite os endereços:
www.lecypereira.blogspot.com
www.paopoesia.blogspot.com
www.gostodeler.com.br

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Odores e andanças

O andarilho levava a vida como muita gente desejava, ou seja, sem bússola. Ao saber que alguém escreveria umas poucas palavras sobre sua falta de rumo, aprontou uma correria . Parou numa rua de alho descascado. O cheiro era tão intenso que volvia o estômago de qualquer um. Dobrou a esquina e pimentas malaguetas forravam o asfalto , os postes e as paredes das casas. Coloquei uma ardida na boca e chorei e saltei e rolei e abanei a boca, aberta, com uma das mãos. Poderia ter me contentado com o cheiro, apenas. Daí ele entrou na rua de uvas paulistas . Menos mal, mas eram tantas as uvas que o cheiro me deixou bêbado. E assim fui seguindo o andarilho. Carambolas . Aquilo mais parecia uma feira aberta. Coentro. Figurativamente, ele vegetava por aí. Limões. Tanto mais eu me perdia. Melancias. Para fazer jus à rota do andarilho, subimos uma rua de carne bovina, descemos uma de carne suína seguimos retos por uma de galinhas, dobramos um de bacalhau e desembocamos numa de piranhas. A tour alimentícia parecia não ter fim . Estando eu decidido a escrever sobre a mudança das nuvens no céu, o andarilho me surpreendeu dizendo: Acho que agora você tem alguma inspiração para escrever sobre minha vida errante.



segunda-feira, 9 de junho de 2008

Na rede do rádio

Caros colegas.

Estou inaugurando uma nova webradio, vinculada ao Portal Parn anet e a revista eletrônica Gosto de Ler. Vocês podem acessar em www.radio.parnanet.com.br

Assim como a revista Gosto de Ler abriu as portas para que estudantes de jornalismo pudessem publicar seus trabalhos, como colunistas do site, a Rádio Parnanet abrirá as portas para que estudantes de radialismo possam assumir parte da programação, tendo assim um laboratório de trabalho, onde poderá também mostrar seu potencial ao público e iniciar seu portifólio de atuação na área.

Para tanto, você mesmo escolherá a frequência e duração de seu programa (30 ou 60 minutos). Vale um alerta para que você leve em consideração seus outros afazeres, para que não venha a assumir uma periodicidade diária e não poder cumprir.

Os programas poderão ser grava dos nos estúdios de sua faculdade, ou estúdios de terceiros, ou até mesmo em sua casa, se houver recurso suficiente para uma boa produção. Deverá ser gravado em MP3 e poderá ser entregue em CD ou via internet, utilizando-se do site www.yousendit.com (o cadastro é gratuito e aceita-se até arquivos com 100MB)

A participação na rádio não é remunerada, e por outro lado, vc tb não terá que pagar nada. Os custos de streaming e outros, serão arcados pela Parnanet.  Você tem liberdade para veicular publicidade durante seu programa.

p.s. Preferencialmente, objetivamos programação que inclua locução e música. Já temos alguns interessados em programação jornalística direcionada ao jovem, e programa esportivo.  O estilo musical seguir&aacut e; padrões da antiga rádio antena um, na maior parte dos horários, mas queremos abrir espaço para artistas locais, e por isso, alguns horários fugiram deste estilo, sem problema. Contudo, dentro de um limite, para não chegarmos ao funk, por exemplo, que fugiria completamente de nosso estilo.

Os interessados podem entrar em contato pelo email e MSN: parnanet@parnanet.com.br
 
Wallace Moura
 

sábado, 7 de junho de 2008

Aventuras na Bienal do Livro

Alguns registros:
















































Na pessoa do poeta Diovvani Mendonça, o Projeto Pão e Poesia foi convidado para participar da 1ª Bienal do Livro em Belo Horizonte.
Foi um ótimo momento para vermos as novidades literárias e nos encontrarmos com pessoas que labutam e se lambuzam com a poesia. Exemplo: Sebastião Nunes, Rogério Salgado, Joaquim Palmeira, etc. Também lá estivemos eu, Novato e Fernando Januário.
Uma tarde de sábado para não esquecer.

Acima você pode ver algumas imagens.










sexta-feira, 6 de junho de 2008

Poemaremos no "Ninho das Pedras"

Momento de descontração no Sítio do Poeta Diovvani Mendonça, quando ele recebia amigos como Paulo Urban e Guido Bolleti. Lecy Pereira ensaia "Poemaremos sem Fim". Vale consultar o blog www.paopoesia.blogspot.com :

Os descaminhos da melancolia V


Há algum tempo não me punha a tecer essa espécie de purgação literária. Eu diante de um espelho em forma de página, esperando, ela, a página, pela construção de alguma imagem.
 
 
Nos tempos atuais, o que está mesmo em voga é a desconstrução, vide Jacques Derrida, filósofo que eu nunca li como se deve. Para alguns empedernidos, eu não deveria lê-lo de jeito nenhum. Acho que não há pior coisa do que tentar proibir ou incentivar alguém a ler, em demasia, sobre um determinado assunto. A atitude de proibir ou censurar, chega a ser um contra-senso , uma manifestação infantilizada que parece nos convidar sempre a uma involução.
 
Eu não desejo fazer desse texto um novo tratado nem uma nova tese-síntese-antítese. Sei que algumas pessoas têm dito que estou vivendo a crise dos quarenta anos que deve chegar daqui até uns dez meses ( um filho pós-maturo). Aquela fase de experimentar algumas dores na alma, na marra. Ver partindo , no sentido de morrer , pessoas que você sempre amou. No caso, esse "você", sou eu , mesmo, euzinho da Silva. Depois ouço alguém dizer que isso acontece com todo mundo e que tal constatação me sirva de conforto. Dizem (acho ótima essa impessoalidade) que na pré-história, os "homens" choravam quando morria alguém do bando. Eles não entendiam aquele negócio da pessoa parar de funcionar para todo o sempre. O cérebro não veio com um manualzinho de instrução básica para esses momentos, digamos, delicados, incomuns aos bárbaros de nascença. Que eu fique com minha suposta crise, enquanto outros já passaram por ela de há muito e não fazem a menor questão de entrar em detalhes a respeito. Ninguém gosta de parecer vulnerável. O fingimento é uma das adaptações que mais soubemos introjetar desde a nossa criação ou evolução (somos livres para escolhermos o modo).
                                                                                                
Bem, quer dizer, mal, ouvi e vi na televisão que a inflação voltou a subir e que as pessoas estão sentindo isso na hora do almoço fora de casa. Puta que pariu. Desculpe-me pela falta de elegância e de finesse. Passei a maior parte da minha vida ouvindo que a inflação voltou a subir. Caralho! Ops! Penso que o Brasil é um país que não sabe viver sem inflação. Também está incutida na alma do brasileiro a necessidade de um aumentinho em tudo. Poucas são as pessoas que se mobilizam pela redução das taxas sobre produtos. Vale lembrar que ( e não se trata de nenhum Vestibular) a Revolução Francesa começou por um desentendimento básico na cobrança de impostos. O derramamento de sangue e o rolar de cabeças deixou o povo francês com um melhor senso de justiça social. Quando Tiradentes, entusiasmado com o Igualité, Fraternité e Liberté, tentou abrir a cabeça dos seus iguais, deu no que deu: enforcamento em praça pública e esquartejamento com partes do corpo espalhadas pelas cercanias da cidade. "Ninguém" teve coragem de afrontar a Coroa ao longo de todos esses Séculos. Perceba que citar a história francesa é um romantismo típico de povos latinos colonizados. Duvido se na Finlândia ou na Islândia algum adolescente tenha que dissertar sobre a Queda da Bastilha ou o Fordismo , para ficar nesses exemplos mais clássicos.
 
Ainda ouvi e vi que Barak Obama é o primeiro negro norte-americano com chances de chegar à Casa Branca. A verdade é que até um robô ou um boneco pode presidir os EUA na atualidade. Tanto faz. Quem gere os EUA são as mega corporações. O papel do presidente é vegetal, seja ele branco, negro, cor de rosa, pele vermelha, etc. Tudo bem que essa afirmação parece um reducionismo xiita. O fato é que até hoje há americanos (milhões deles) que não sabem onde fica o Brasil, nem com o apoio da Internet. Enquanto isso, nós somos obrigados a saber, nos livros didáticos, que os EUA ficam na parte de cima da América Latina. É como se a verticalização criada pelos europeus fosse uma ciência fruto (SIC) do surgimento do planeta Terra.
 
O que mais me chamou a atenção nessa corrida presidencial astronômica, onde o ganhador paga a divida do perdedor para ter seus votos, foi o staff de Obama fazer uso da música de um grupo musical irlandês como tema de sua campanha. Toda vez que Obama aparece em cena você pode ouvir a música "Beautiful Day" do U2. Tudo que sei é que Bono Vox já foi esnobado por George Bush devido à sua luta contra a fome na África. Justamente o Bono que pode comprar o editorial de qualquer jornal comercial do mundo a qualquer momento e dizer o que bem entende. Acabar com a fome no mundo é um sonho de um popstar , das igrejas piedosas e da ONU, mas não é o sonho do Grupo dos Oito países mais ricos. Por favor, não me venha falar das Metas do Milênio. Eu não tenho visto o primeiro escalão do poder mundial trabalhando dia e noite para cumprir essas metas. Aquela conversa de: você precisa fazer a sua parte, soa melhor como um teaser publicitário matador.
 
Já sei. Para quem começou falando de uma suposta crise da meia idade e termina falando de sucessão presidencial americana, posso imaginar qual será a minha nota redacional . Tudo bem, quem mandou a gente não ser convencional? A propósito, volta e meia tem uma formiguinha passeando aqui em casa. A paciência costuma matar a fome de muita "gente", penso.


quinta-feira, 5 de junho de 2008

A ciranda dos amores hipotéticos


A CIRANDA DOS AMORES HIPOTÉTICOS

www.yoletravassos.com.br

A roda começou a girar quando Paulinha, aprendiz de cozinheira, desandou a amar Bartolomeu, um jovem pecuarista, de maneira tão intensa quanto uma desinteria. A comparação soa pouco ortodoxa ou clássica, porém dimensiona a situação como ela se deu.

Bartolomeu, por sua vez, tratava a coitadinha de um forma tão artificial que dava a entender que ela era uma espécie de nada ambulante. Dava dó. Ele se derramava todo mesmo era por Dalva, uma corista de passado complicadíssimo e inimaginável até para o roteirista mais talentoso de Hollywood. Ela trabalhava numa casa de shows de beira de estrada e muito badalada. Corria o boato que Dalva mandara muitos homens para a sarjeta. Alguns eram encontrados no chão, balbuciando o nome dela, enquanto cães lambiam suas bocas. Os maldosos incluiam até religiosos de diferentes doutrinas na lista dos sucumbidos. Bartolomeu se embriagava por ela, dava-lhe jóias e perfumes parisienses, mas qual o quê. Dalva queria mesmo era Procópio, um lavrador de corpo apolíneo, talhado pela própria Natureza.

Procópio, devoto de São José, simpatizava com ela, mas lha considerava uma mulher da vida, uma prostituta deslumbrada e muito desinibida. Ela não era o padrão de mulher que ele idealizara para ser a mãe dos seus filhos. A sua pretendida era a sensível Abigail, professora de curso primário, filha do Coronel Aldebrando, seu patrão, homem que estava quase virando bicho de tão ruim. A cozinheira d a família conta que, certa vez, ele acorrentou um empregado revoltado e nu sobre um formigueiro de lava-pés. O lavrador não fazia conta do tamanho do vespeiro em que mexia.

Como era de se esperar, Abigail passava horas admirando a musculatura do sertanejo se contraindo com o esforço do trabalho. Se ao menos ele soubesse qual era a última moda em Paris ou Nova Iorque, ou New York , ou Nova York e ouvisse um pouco de rock inglês, a sua cotação, aos olhos dela, subiria assustadoramente. Mas ela vivia traçando planos em comum com Pierre, um fotógrafo, descendente de franceses, que conhecera numa cidade histórica. A sua timidez não lha impediu de posar nua para a lente da câmara de Pierre, na fazenda do próprio pai, uma "onça" incapaz de imaginar tamanho descaramento.

Pierre, um profissional dinâmico que viajava pelo mundo e clicava centenas de mulheres, gostava de Abigail como se gosta de uma irmã. Casamento, vida a dois, grandes compromissos, isso estava fora de cogitação para ele. A sua grande paixão era sua avó Paulete, uma figura extraordinária. Tratava-se de uma viúva sexagenária, elegantíssima, que lia de Sartre a Deleuze. A única coisa que Pierre não entendia bem, era o amor que ela mantinha oculto, desde a adolescência, por Tenório, um locador de automóveis. Paulete se casara com seu avô sem amá-lo profundamente, o que o fotógrafo só foi saber mais tarde. Paulete também teve uma filha com Tenório. Disso ninguém sabia.

Tenório era uma dessas figuras carrancudas que dizia não acreditar em amor, nem em Deus. O mundo inteiro, para ele, era pervertido e imerso na lascívia e o único futuro possível era o caos. Ele tinha três filhos, dois homens e uma mulher, uma certa Paulinha, aprendiz de cozinheira que desconfiava bastante das preferências sexuais de um certo Pierre, fotógrafo, rapaz que mantinha uma amizade interessante com um dos seus irmãos.Coisas da vida.

Lepe Le Bom



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